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Lista dos filmes que os miúdos viram em duas semanas de praia (e eu também, quase todos ou pelo menos bocados):

- Um polícia no jardim-escola (1990), de Ivan Reitman, com Arnold Shwarzenegger

- Alta Golpada (2011), de Brett Ratner, com Ben Stiller

- Mestres da Ilusão (2013), de Louis Leterrier, com Mark Rufallo e Jesse Eisenberg

- Jack Reacher: Nunca voltes atrás (2016), de Edward Zwick, com Tom Cruise

- USS Indianapolis: Homens de coragem (2016), de Mario Van Peebles, com Nicolas Cage (na foto em cima)

- Assassin's Creed (2016), de Justin Kurzel, com Michael Fassbender

- Porquê ele? (2016), de John Hamburg, com James Franco

- Power Rangers (2017), de Dean Israelite.

- Rei Artur: A Lenda da Espada (2017), de Guy Ritchie, com Jude Law

- A Grande Muralha (2017), de Yimou Zhang, com Matt Damon

Os três primeiros já tinham sido vistos (são DVD que estão no Algarve, assim como o Avatar que não vimos desta vez mas que nos últimos anos já foi visto uma meia dúzia de vezes). Os outros filmes levei-os eu, em versão pirata.

Olhando para esta lista até eu me surpreendo: é isto que dou aos meus filhos para eles verem?

Mas deixem-me explicar-vos. Há um ano, mais coisa menos coisa, reparei que o António, na altura com 12 anos, não via filmes. Via os desenhos animados e as séries tontas do nickelodeon, com o irmão, e daí tinha passado diretamente para os youtubers parvos. E fiquei preocupada. Quando eu era desta idade só tínhamos dois canais de televisão e não tínhamos hipótese: víamos o que estava a dar, incluindo muitos filmes, dos westerns aos musicais, passando pelas comédias, os filmes românticos, os policiais. Às vezes nem gostávamos muito, mas acabávamos por vê-los, por falta de opção. Os miúdos hoje têm muitas opções, muitos canais de televisão e ainda o telemóvel e o tablet e, por isso, só vêem o que querem ver, o que já conhecem, o que os cativa nos primeiros cinco minutos. Decidi, então, que me cabia a mim incentivá-lo a ver filmes. Claro que a diferença de idades entre eles é um problema e há um ano o Pedro ainda tinha alguma dificuldade em acompanhar as legendas. Além disso, como não queria que o momento se tornasse uma obrigação mas fosse, antes, um divertimento em família, começámos por coisas simples (os "regresso ao futuro", "a jóia do nilo", os "goonies", esse tipo de coisas), acompanhadas de pipocas nas noites de sexta-feira. A evolução neste ano foi enorme. O António já não resmunga (muito) quando o mando desligar o telefone para ver um filme e já confia mais nas minhas escolhas. O Pedro já lê legendas na perfeição (fomos ver o Gru na versão original) e até já vai ao cinema ver "filmes de crescidos".

De crescidos, isto é, filmes de aventuras e de acção. Não será exactamente a nouvelle vague mas será certamente melhor do que os thundermans e afins. Mas é um caminho que está a ser feito e não é preciso ter pressa nem saltar etapas. Acredito que havemos de lá chegar.

Por exemplo. Ao contrário do que acontecia há um ano, neste momento o António já consegue ver filmes que não sejam só de acção. Já aguenta bem uma comédia (como o Porquê ele?, que ele viu sentindo-se muito crescido) ou filmes que nos fazem pensar um bocadinho (comoveu-se a ver o USS Indianapolis, tal como se tinha comovido a ver o Capitão Fantástico há uns tempos, e ambos deram grandes conversas aqui em casa). E o caminho do Pedro também tem sido muito engraçado: ele quer ver tudo o que o irmão vê e fica muito atento, mesmo quando admite que não está a perceber nada. Às vezes, até me preocupo um pouco por ele ter 9 anos e estar a ver filmes que são para 12 ou 14 anos. O que mostra bem como isto de educar os filhos é tão complicado e como, apesar dos nossos esforços, nunca conseguimos educar duas crianças exactamente da mesma maneira.

Eu sei que isto parece uma coisa de nada e sei também que há de haver por aí miúdos muito mais à frente do que os meus. Mas é como vos digo. É um caminho. E cada pessoa tem de fazer o seu. Eu limito-me a abrir-lhes portas (sempre). São portas pequenas, sim, mas que, espero, conduzam a salas grandes, com outras portas e outros caminhos possíveis. 

publicado às 15:19


2 comentários

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Anónimo 16.09.2017

mto obrigada por esta chamada de atenção.
o meu filho de 11 anos também não vê filmes e na tv, quase só vê lixo (limitado pelos gostos da irmã de 7). tem a grande vantagem de ler muito (depois do hobbit, filmes que viu a seguir, está agora a ler o sr. dos anéis).

qto ao seu filho mais novo, segue as pisadas de todos os outros irmãos mais novos. acabam por crescer a ver e fazer coisas que talvez não fossem as mais apropriadas para as suas idades, puxados pelos irmãos mais velhos. não se preocupe.
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Rita 27.09.2017

O meu filho tem 11 anos e adora cinema.
Começou a ver os Indiana Jones e Regresso ao Futuro com uns 5 anos. Mais ao menos pela mesma altura, o meu pai teve a epifania de oferecer as primeiras curtas-metragens do Chaplin aos netos, o que fez maravilhas cá em casa. Tenho percebido, pelo meu filho, que o que é realmente bom é sempre bom, independentemente da geração que descobre. Star Wars, ET, Goonies, Verão Azul, tudo ele tem adorado.
No início, também me preocupava, se alguns filmes seriam para a idade dele ou não. Mas a verdade é que essa questão da idade adequada varia de criança para criança. Por isso, não se preocupe com o mais novo. Vá estando atenta aos sinais e, se vir que os filmes não o incomodam, óptimo.
A luta cá em casa tem sido com a leitura. Acho que, por gostar tanto do cinema, acaba sempre por ver a leitura como "uma trabalheira"... Enfim, há que não baixar os braços e continuar, como diz, a abrir-lhes portas!

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