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O António é desde ontem o feliz possuidor de um bilhete da Carris. Era um dos objectivos a que nos tínhamos proposto para este ano lectivo e tinha sido esse também um dos motivos por que ele tinha mudado de clube, queria que começasse a ir sozinho aos treinos, facilitando-nos a vida. Mas depois ficámos à espera dos dias grandes e depois não dava jeito e depois não valia a pena e depois passou. Até que, como sempre, a coisa deu-se quando tinha que se dar. Quando se tornou necessária. Esta semana, com treinos e jogos em horário de férias, nada aconselháveis a pais que têm de trabalhar, o António apanhou o autocarro e foi para o treino. Calma. Não foi assim tão simples. Antes de mais, estudámos as opções. Não havia. Depois, estudámos os percursos e descobrimos que havia três carreiras de autocarro directinhas da porta de casa para o clube. Comprámos o bilhete, olhámos demoradamente para o mapa para perceber onde ficava a paragem de destino, expliquei-lhe os procedimentos, ele instalou uma aplicação no telefone para saber mais ou menos os tempos de espera e eu acompanhei-o à paragem. Esperámos uns dois minutos. Eu com o estômago às voltas mas toda sorrisos e palavras de entusiasmo, garantindo-lhe que seria uma aventura. Ele lá foi, confiante. Entrei no carro, segui por outro caminho (pudesse eu ir pela faixa do Bus e não lhe teria tirado a vista de cima), estacionei e esperei à porta do clube. Lá veio o rapaz, todo lampeiro, de mochila às costas e phones nos ouvidos. Abraço-o, correu tudo bem?, felicito-o, és um crescido. E ele olha para mim de soslaio, com aquele olhar de treze anos. "Bué da easy, mãe." E foi jogar à bola. De modos que é isto. O António é desde ontem o feliz possuidor de um bilhete da Carris e até já tratámos do passe para que em setembro possa ir para o treino e para onde mais ele quiser (não vamos pensar muito nisso agora). Está a crescer com passos firmes. E eu, orgulhosa dele, daquela confiança, de vê-lo a ir à sua vida, e ao mesmo tempo a ficar com o coração apertadinho, apertadinho. Parece que vai ser assim para sempre, quer eles tenham dois ou trinta anos (não é, Sónia?). Nada bué da easy, diga-se.
(entretanto, hoje, depois das actividades de tempos livres, ligou-me a dizer que ia fazer panquecas com o Afonso. foram comprar nutella, fizeram a massa na bimby e quando eu cheguei a casa estavam divertíssimos a virar panquecas na frigideira. estavam bem boas, by the way. mal posso esperar por amanhã para saber qual será a próxima novidade...)