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Ouvida hoje pode parecer uma musiquinha simples, sem nada de especial. Mas Love me do, o primeiro tema dos Beatles, lançado a 5 de outubro de 1962, é na verdade bastante diferente do que se fazia naquela altura, com a harmónica a lançar o ritmo alegre, que convida o corpo a abanar, com uma letra simples, sim, mas honesta, e um refrão orelhudo e a falar diretamente ao coração dos jovens. Isto sem falar naqueles quatro miúdos de Liverpool, de ar imberbe e cabelos desalinhados, que se apresentaram ao mundo a sorrir e a implorar por amor. Se calhar é preciso ser fã, como eu (neste blog há uma tag Beatles, não sei se sabem), para ver este vídeo e reparar nestas coisas todas e ficar deliciada, ainda agora, 60 anos depois:

publicado às 09:51

30
Nov21

Tudo passa

Estou a ver o documentário dos Beatles. Como tenho pouco tempo ainda só vi o primeiro episódio. Acredito que para quem não é grande fã aquilo seja extremamente aborrecido mas para mim está a ser só delicioso. Estou a desfrutar de todos os detalhes. E a redescobrir músicas que já não ouvia há muito tempo. Como esta. Que maravilha.
 

"Sunrise doesn't last all morning
A cloudburst doesn't last all day
Seems my love is up
And has left you with no warning
But it's not always going to be this grey
 
All things must pass
All things must pass away
 
Sunset doesn't last all evening
A mind can blow those clouds away
After all this my love is up
And must be leaving
It has not always been this grey
 
All things must pass
All things must pass away
 
All things must pass
None of life's strings can last
So I must be on my way
And face another day
 
Now the darkness only stays at nighttime
In the morning it will fade away
Daylight is good
At arriving at the right time
It's not always going to be this grey
 
All things must pass
All things must pass away
All things must pass
All things must pass away"
 
(All Things Must Pass, de George Harrison)

publicado às 13:51

17
Nov21

Está quase

Não conheço a minha médica de família, que só está na USF há pouco mais de um ano, mas gosto de receber os telefonemas da minha velha conhecida enfermeira Guilhermina a saber como me sinto e também já reconheço a voz da Eunice, a administrativa, que me deseja sempre as melhoras. Tirando a dor de garganta e as aftas, que foram os primeiros sintomas, e, depois, aqueles dois dias de gripe que passei deitada no sofá a dormir e a ver os episódios todos do Glória, acho que até nem estive muito mal. Penso muito como seria se não tivesse levado a vacina. Estou fã dos supermercados online e do cabaz do Orgânico Lisboa que me abastace de tangerinas e romãs e mais uns legumes verdes que nem sempre sei distinguir mas ponho tudo em sopa e fica óptima. Quando é que voltas a jantar connosco?, perguntou-me o meu filho que, afinal, até sente saudades minhas. Está quase. Já estou em contagem decrescente para o fim dos dez dias de isolamento-tortura e só me apetece ir para a rua apanhar sol e vento na cara. Mas, como ainda não posso, ponho os Beatles a tocar e vou adiantando trabalho. "Jojo was a man who thought he was a loner, But he knew it wouldn't last."

Diz que vem aí a quinta vaga. Cuidem-se!

I've got a feeling, Beatles

publicado às 10:10

Dia 31, domingo, 12 de abril
Domingo de Páscoa - de limpezas e de estudar matemática mas também de falar com amigos e de apanhar sol e de descansar.
Hoje vimos o Yesterday. Escolha minha. Não é grande coisa mas ao menos tem a música dos Beatles.

Dia 32, segunda-feira, 13 de abril
Passou um mês.
Já não estranhamos tanto os dias fechados em casa. As horas passadas ao computador. As conversas que não temos junto à máquina do café. Estar sempre de pijama. Trabalhar de pantufas. Os sapatos deixados do lado de fora da porta. Os banhos que costumávamos tomar antes de sair de casa e que agora tomamos quando voltamos da rua. As filas para entrar nas lojas. O "pode chegar-se para trás, por favor". As prateleiras vazias de esparguete e enlatados. Os cumprimentos à distância quando encontramos amigos no bairro. Os sorrisos escondidos por trás das máscaras.
Passou um mês e temos um novo vencedor do prémio de pior filme da quarentena: Solomon Kane. O Pedro já tinha visto mas quis repetir: "Tens de ver, mãe, é mesmo fixe." Só que não.
Às vezes pergunto-me o que vamos guardar nós destes tempos. E temo que não haja grandes lições de vida a tirar daqui. Nenhuma reflexão profunda. Nenhuma frase inspiradora.
Só uma série de filmes péssimos. E uns quantos quilos a mais.

Dia 33, terça-feira, 14 de abril
O António ainda tem mais uma semana de férias. O Pedro já está cheio de tarefas. Isto promete. Estou a tentar levar tudo com calma mas já deu para perceber que não vai ser fácil. Entre o meu trabalho e orientar o estudo dele, comidas e compras e a chuva que não permitiu escapadelas higiénicas, não foi um dia muito animador. Nem sequer há cinema. Hoje ficámo-nos pelos polícias do Hawai e o objectivo é começar a ir para a cama mais cedo.
Cumprindo as ordens do primeiro ministro, ao jantar começámos a falar das férias do verão. Temos imensos planos. Porque sonhar não custa nada.

Dia 34, quarta-feira, 15 de abril
Ao fim do dia saí com o Pedro. Fomos buscar a bicicleta que tinha ficado na oficina para arranjar os travões, passámos no talho para comprar hambúrgueres para o jantar e depois demos a nossa volta habitual. De repente, começou a chover torrencialmente. Abrigámo-nos na entrada de um prédio e ali ficámos um bocadinho, a conversar, e, quando a chuva amainou, voltámos para casa, todos molhados. E ele ria e pedalava por entre as pingas da chuva como se não fosse nada.
O Pedro, que tem 11 anos e teve hoje o seu segundo dia de aulas à distância, tem sido o meu grande companheiro nesta quarentena. Está-lhe a custar imenso tudo isto, a falta dos amigos, a falta do exercício, esta prisão em que vivemos. Ele gosta de saltar muros e de desafiar a gravidade, todo ele é aventura, sem limites. Mas tem se esforçado imenso. Por entender. Por aceitar. Quase que consigo vê lo a crescer todos os dias um bocadinho.
Aquele nosso passeio à chuva foi o melhor momento do dia de hoje.
(E do resto haveremos de falar depois)

Dia 35, quinta-feira, 16 de abril
Saltamos este dia, pode ser?
Esgotei as palavras por hoje.
Talvez volte amanhã (ou talvez não).

Dia 36, sexta-feira, 17 de abril
O Pedro completou todas as tarefas da escola para esta semana praticamente sem ajuda. A minha ajuda principal é organizar-lhe o horário, mantê-lo sentado e concentrado (o que não é nada fácil) e de vez em quando decifrar a linguagem dos manuais - sobretudo na matemática. Para a semana, começa o António e o grande desafio da partilha do computador.
Como hoje é sexta-feira voltámos às nossas sessões de cinema com O Atirador.
A vida segue.
Um dia de cada vez.

[Tenho estado muito triste esta semana, por motivos vários, uns públicos, outros privados. A vida não está toda no Facebook. Algumas coisas hão de vir parar aqui, mais tarde, outras nem por isso, como sempre. De qualquer forma, obrigado por todas as palavras. Quando estamos longe as palavras são os abraços possíveis.]

publicado às 09:37

Parece que não vou conseguir ver O Irlandês a tempo dos Óscares. Talvez conseguisse se me esforçasse muito mas tenho outras coisas para fazer este fim-de-semana e não me apetece esforçar-me. Verei depois. Portanto, tendo visto os outros oito filmes nomeados para o Óscar de Melhor Filme, acho que posso dizer com alguma certeza que o meu filme preferido este ano é... Jojo Rabbit.

Eu sei, eu sei. Os críticos sérios não gostaram de Jojo Rabbit. Os críticos sérios geralmente não gostam de comédias, é verdade. E depois ainda há o problema de este ser um filme sobre o fascismo, que é um tema difícil, sobretudo nos dias que correm. Como é que um filme que não se leva muito a sério e que não tem pretensão a ser uma obra-prima pode ousar falar do pior dos fascismos com esta leveza? Pois. A verdade é que eu própria não sabia bem o que esperar. E se calhar isso foi o melhor que me aconteceu, pois não tinha qualquer expectativa em relação a este Jojo Rabbit. Não sei se já repararam mas não se falou muito sobre este filme. De todos os que estão nomeados aos Óscares, este é talvez aquele de que se tem falado menos. Anda toda a gente a discutir se o Óscar vai para o 1917 ou para os Parasitas e parece que não há mais nada para além disso. Mas há.

O filme começa com uma versão do I Want to Hold Your Hand, dos Beatles, em alemão, ao mesmo tempo que passam imagens antigas de comícios com gente de braço estendido saudando o Hitler. E só com isso eu já estava conquistada. Jojo Rabbit é uma comédia. Também podemos dizer que é uma fábula. Seja como for, não há ali qualquer intenção documental, de fazer uma reconstituição histórica ou sequer de nos levar a acreditar que alguma daquelas personagens pudesse realmente existir ou que aquelas situações seriam possíveis. É preciso entrar naquele III Reich colorido e estilizado, onde as personagens falam inglês mas com "pequenos apontamentos" de alemão, como se estivéssemos dentro de uma banda-desenhada onde tudo é possível. 

Esta é a história de um menino de 10 anos, Jojo, na Alemanha, na fase final da Segunda Guerra Mundial. Ele é um pequeno fanático nazi, membro da Juventude Hitleriana, que vive só com a mãe (Scarlett Johannsson), pois o pai está na guerra, e tem Adolf Hitler como seu amigo imaginário (papel interpretado pelo próprio realizador neo-zelandês, Taika Waititi).

Jojo Rabbit tem tantas coisas fixes. Temos os miúdos (e os dois pequenos atores, que interpretam Jojo e o seu amigo Yorki, são maravilhosos) e aquela necessidade que os miúdos têm de se sentirem integrados no grupo e de por isso terem de provar que são os maiores e de fazerem coisas que na verdade não queriam fazer. Os miúdos que inventam histórias na sua cabeça para justificarem e darem sentido ao mundo (e às vezes, já crescidos, continuamos a fazer isso).

Temos a mãe. A mãe que nunca critica ou corrige o filho, apesar de não concordar com os seus ideais. A mãe que brinca, que ama, que ensina, que protege Jojo, sempre com um sorriso no rosto, ainda que passe o dia, muito provavelmente, em arriscadas actividades anti-fascistas e, à noite, depois de pôr o filho na cama, tire a maquilhagem da cara e beba uns copos de vinho enquanto pensa na vida e se sente sozinha.

Temos a guerra. Os bons e os maus. Os judeus. A perseguição. O medo. Os nazis. O ódio. Está lá tudo. Mas depois os elementos das SS e da Gestapo parecem todos saídos de Alô Alô. São ridículos. Se as suas ideias são irracionais, então a melhor maneira de as criticar é ridicularizá-las.

O filme faz lembrar um pouco o A Vida é Bela, de Benigni, embora visto do lado oposto do campo de batalha. E talvez por isso, por nos pôr a gostar de um dos maus, seja menos demagógico. Embora em ambos o amor seja a salvação, aqui o amor não é um dado à partida, é algo que Jojo tem de encontrar por si próprio. Ainda há tempos eu falava aqui que para evitarmos o ódio temos de ver o outro como um igual - e este filme também é sobre isso. Jojo vai descobrir que o verdadeiro inimigo é, afinal, a ignorância. 

Mas, bom, isto sou eu a pensar no filme depois de o ter visto. Na altura eu não pensei nada disto. Só me deliciei com os diálogos fabulosos e aquele miúdo traquinas e as suas borboletas na barriga e os pormenores das roupas e a música (a música é muito boa - o filme começa com Beatles e acaba com David Bowie, ainda que em alemão, e lá pelo meio também ouvimos uma versão de Everybody's gotta live e faz todo o sentido). Ri e chorei, porque o filme é para rir mas também é para chorar (e se forem lamechas como eu vão chorar muito).

E, no final, ainda com as lágrimas nos olhos, voltamos a sorrir e trazemos connosco a grande lição: dancem. Dançar é bom. Dançar é liberdade. Dançar é felicidade. Dançar faz bem.

E, pronto, foi assim que, para grande surpresa minha, na recta final da corrida, Jojo Rabbit chegou ao primeiro lugar da minha tabela de preferências. Este ano não foi fácil organizar esta lista. Para dizer a verdade, não tenho muita certeza sobre esta ordenação. Talvez o 4 pudesse ser o 3. Talvez o 3 pudesse ser o 2. Isto tem muito a ver com o prazer que cada filme me deu e o prazer, como se sabe, não é uma coisa muito fácil de medir. Talvez noutro dia isto estivesse ordenado de outra maneira. Mas é dia de fechar as votações. E ao dia de hoje a coisa vai mais ou menos assim:

1. Jojo Rabbit
2. Marriage Story
3. Mulherzinhas
4. Parasitas
5. 1917
6. Joker
7. Era uma vez... em Hollywood
8. Le Mans'66: O Duelo
9. (não vi O Irlandês)

publicado às 17:27

Um destes dias fui à livraria Ler Devagar e não resisti a comprar um livro: My Sh*t Therapist and other mental health stories, de Michelle Thomas. Nunca tinha ouvido falar desta autora mas folheei o livro e fiquei curiosa.

Nos últimos tempos, várias pessoas à minha volta têm sofrido de depressão, ansiedade, exaustão ou "apenas" tristeza. Nos últimos tempos, percebi que várias pessoas à minha volta estão a fazer psicoterapia ou tomam medicação regularmente ou têm medicação de emergência para fazer face às dificuldades da vida.

Não é fácil falar destes problemas. Às vezes as pessoas dizem aos amigos como se sentem em baixo e ouvem frases como "isso passa", "tens de te animar", "vá, esforça-te um bocadinho". Como se fosse fácil. Como se fosse só querer. Eu também costumava ser uma dessas pessoas com pouca empatia por queixas que na maior parte das vezes não me pareciam ter grande fundamento. Mas tenho vindo a aprender a ser uma amiga melhor. A estar mais mais disponível. A ouvir. Muitas vezes não sei como ajudar, a única coisa que posso fazer é mandar uma mensagem ou telefonar, conversar um bocadinho, convidar essa pessoa para ir ao cinema, levar-lhe um bolo feito por mim e esperar que isso ajude de alguma forma (sei que a mim ajudam-se sempre o carinho e o cuidado dos meus amigos).

Michelle Thomas parte da sua própria experiência para falar das muitas pessoas que hoje em dia são afectadas por várias doenças mentais (muitas pessoas mesmo). Este não é um livro de auto-ajuda, embora só o facto dela falar deste assunto sem tabus já seja uma ajuda. Num tom ligeiro e com algum sentido de humor, ela vai-nos dizendo o que lhe aconteceu, as coisas que fez que a ajudaram e as coisas que fez que não a ajudaram (por exemplo, consultar aquele sh*t therapist que lhe disse que da próxima vez que ela tivesse um ataque de pânico deveria beber uma chávena de chá).

A primeira coisa que Michelle Thomas faz questão de esclarecer é que a doença mental é uma doença como as outras. E é como tal que deve ser encarada. Se uma pessoa partir uma perna não tem vergonha de dizer aos amigos que partiu a perna e não lhe passa pela cabeça continuar a sua vida como se nada fosse, sem ir ao médico nem tratar devidamente a perna partida. Com a doença mental é exactamente a mesma coisa. Não há que ter vergonha de admitir que se está doente e temos que tratar a doença como deve ser.

Só que a nossa cabeça é um bocadinho mais complexa do que um osso. Não só uma doença mental é mais difícil de diagnosticar (ah, isto é só cansaço, dizemos, enquanto deixamos arrastar a situação) como qualquer problema no funcionamento do cérebro afecta todo o nosso corpo - física, mental e emocionalmente. A doença mental altera a maneira como as pessoas pensam, sentem e se comportam.

*

Sim, a doença mental é uma doença de verdade e uma depressão (ou uma crise de ansiedade ou um ataque de pânico) pode acontecer até mesmo à pessoa que está apaixonada e feliz e passa férias em ilhas paradisíacas.

Mas, tal como há cuidados que devemos ter com o nosso corpo e sabemos que se comermos imensos fritos e não fizermos exercício físico teremos mais hipóteses de ter uma doença cardíaca, também há coisas que fazemos ou que nos acontecem que podem influenciar a nossa saúde mental. Coisas como insistir em ter um trabalho que odiamos. Ou ter relações com pessoas tóxicas. Ou trabalhar 12 horas por dia. Ou dormir cinco horas por noite e achar que é mais do que suficiente. Ou outras coisas. Se não estivermos bem física ou emocionalmente é mais provável que a nossa mente também adoeça.

E há coisas que podemos fazer que ajudam. Neste livro, Michelle Thomas diz quais as coisas que a ajudam e que, curiosamente, não são assim tão diferentes das minhas.

Fazer terapia. Deveríamos poder fazer terapia como quem vai ao dentista ou ao ginecologista, sem estarmos doentes (digo poder porque a terapia é muito cara). Que bom seria ter alguém que nos ouvisse, que nos ajudasse a pensarmo-nos (e a conhecermo-nos o melhor possível), que nos ajudasse a ter instrumentos para vivermos melhor a nossa vidinha (por exemplo, trabalhar a nossa auto-estima e os sentimentos de culpa) e que nos desse a mão se nos visse a afundar, sem que tivéssemos sequer que pedir.

Ter relações afectivas. A família e os amigos (e um amor, se o houver) são a minha salvação sempre. Sentir que não estamos sós, que há pessoas que gostam de nós e que se preocupam connosco faz-nos sempre bem. Por outro lado, sentir que somos úteis aos outros, cuidar de e fazer alguém feliz é também uma enorme satisfação. A vida é melhor quando a podemos partilhar com pessoas de quem gostamos. Claro que é importante aprendermos a estar sozinhos e não podemos fazer com que a nossa felicidade dependa dos outros, mas também é importante que não nos sintamos sós - a solidão é um dos sentimentos mais esmagadores que tenho experimentado.

Fazer coisas que nos dão prazer. As minhas - além de estar com as pessoas de quem gosto - são: ler, escrever (este blogue é parte da minha terapia), ir ao cinema, ver um espectáculo, cozinhar, passear, esplanadar, dançar. É importante termos coisas que gostamos de fazer, que não dependem dos outros e que nos fazem sentir bem. Como me disseram uma vez, quantas mais coisas nós gostarmos de fazer mais possibilidades temos de sermos felizes.

Encontrar a felicidade nas coisas pequenas. Mesmo quando tudo parece correr mal, todos os dias há coisas boas na nossa vida. Talvez se lhes dermos o devido valor, isso nos ajude a enfrentar as coisas más.

*

Eu nunca tive uma depressão nem qualquer outra doença mental mas sei que a qualquer momento posso ter um breakdown, que não sendo a mesma coisa pode ter efeitos devastadores. Isto é tudo muito frágil e a vida é complicada, é fácil sentirmo-nos assoberbados. Sei que tenho as minhas fases más. Conheço os meus sintomas. Há momentos em que nada parece fazer sentido e em que me sinto a afundar, como se não conseguisse manter-me à tona. Mas, de alguma forma, lá encontro forças para dar mais umas braçadas e, felizmente, até agora, tenho tido o discernimento para tomar as medidas necessárias sempre que me senti a perder o pé. Mas mantenho-me atenta. 

Cada cabeça é uma cabeça, por isso as respostas não são iguais para todos. Mas, por outro lado, as cabeças são todas muito mais parecidas do que imaginamos. Não estamos sozinhos nisto. Portanto, como insiste a Michelle Thomas, estejam atentos aos sinais e não tenham medo de pedir ajuda. 

A Little Help From My Friends, The Beatles

publicado às 17:11

18
Mai17

Black Hole Sun

Eu não sou do grunge. No tempo em que toda a gente ouvia a música de Seattle eu ouvia os Beatles e o Elvis Preley e os Beach Boys e mesmo quando comecei a ouvir outras músicas, mais do meu tempo, do Chico Buarque aos Pixies, do Tom Waits aos The Cure, do Nick Cave aos Depeche Mode, do Prince ao Caetano Veloso, nunca parei muito naquele rock mais pesado. Eu do grunge gostava das coisas mais calminhas, das baladas, dos unplugged, dos cabelos compridos (ah, dos cabelos compridos eu até gostava, e o Cornell e o Eddie Veder eram uns belos rapazes, pois eram) e das camisas de xadrez. Até posso admitir que gostava de umas quantas músicas dos Nirvana ou dos Soundgarden ou dos Pearl Jam, mas de uma maneira geral não, eu não sou do grunge, tal como não sou do metal nem do punk nem do rock. Dito isto, queria ter tantas notas de 20 euros quantas as vezes que ouvi e cantei nestes mais de vinte anos este Black Hole Sun.

Não faço ideia do que se passou na vida e na cabeça do Chris Cornell para, aos 52 anos, se enforcar na casa de banho de um hotel em Detroit, a meio de uma digressão, mas tenho imensa pena que alguém termine a sua vida assim e não consiga encontrar forças para continuar. Imagino que seja necessário uma pessoa estar mesmo a sentir-se num poço sem fundo.

publicado às 23:34

Ri, cantei, emocionei-me. Saí do cinema feliz, como quando se reencontram velhos amigos. 

The Beatles: Eight Days a Week, de Ron Howard. Estreia amanhã. 

publicado às 11:52

31
Jan16

Then I suddenly

Got to get you into my live, The Beatles

publicado às 16:57

07
Set15

Voltar a casa

Here, There and Everywhere, os Beatles, outra vez. Volto sempre aos Beatles. 

publicado às 00:10


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