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Não há heróis em Três Cartazes à Beira da Estrada/ Three Billboards Outside Ebbing, Missouri, o filme de Martin McDonagh que, até agora, é o grande vencedor da temporada de prémios do cinema. Como na vida real, ninguém é completamente bom. Também ninguém é completamente mau, embora neste filme sobressaiam as imperfeições destas pessoas, movidas a ódio, que habitam numa terra pequena da América profunda. Esta é a história de Mildred (Frances McDormand), cuja filha foi raptada e assassinada há sete meses e que, revoltada pelo facto de a polícia não estar a investigar com mais afinco o crime, decide colocar três cartazes à entrada da terra questionando o chefe da polícia. Esta é também a história da vergonha do filho. De um ex-marido ridículo. De um polícia (Woody Harreleson) a morrer de cancro. De um outro polícia (Sam Rockwell) habituado a resolver tudo com pancadaria. De uma velhota a dormitar num sofá. E de um anão à procura de aceitação. À falta de psicanalistas caros, a violência - nas palavras e nos actos - é a maneira que têm de lidar com as tristezas e frustrações do dia-a-dia. Fez-me lembrar Hell or High Water, de David McKenzie, nomeado para os Óscares de 2017. Com a vantagem de ter um final muito anti-Spielberg, ou seja, sem quaisquer lições de moral.