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O nosso badochas experimentou hoje o seu primeiro biberon. Não foi mau. Não chorou nem se revoltou mas também não bebeu tudo até ao fim e terminou a refeição, todo contente, a mamar na mamoca, coisa boa, à laia de sobremesa. Daqui a uma semana fará quatro meses, no início de outubro começará a ir, por pequenos períodos, até à creche e, aos cinco meses, inevitável e lamentavelmente, voltarei a trabalhar. Poderia, portanto, se quisesse, prolongar a amamentação até começar a introduzir outros alimentos e, se quisesse mesmo muito, até poderia nunca lhe dar um biberon. Mas não quero. A bem dizer (ai que vou ser trucidada por todas as fantásticas mães deste mundo) não sou grande fã desta coisa de ter um bebé a chuchar nas minhas maminhas de três em três horas. Eu faço-o. Por ele. E porque, apesar de dizer estas barbaridades, até sou uma mãe sensata e dedicada. Mas, enough is enough e, neste momento, o que eu quero mesmo é ter a minhas maminhas de volta. Para mim. Para fazer com elas o que bem entender. Levá-las a passear e a jantar fora. Levá-las a beber umas caipirinhas (que saudades!). Colocá-las dentro de um sutien pequenino e colorido e vestir uns vestidos e umas blusas justinhas, sem ter que me preocupar com o e agora como é que eu faço?. Oferecê-las de bandeja ao meu gajo. Porque, convenhamos, a amamentação tem todas as vantagens do mundo - é bom para o bebé e para a mãe, é prático e económico - mas tem uma enorme desvantagem - faz-nos sentir umas autênticas vacas. E já nem falo das dores e das arrelias das primeiras semanas, quando as mamas ficam duras que nem pedra e os mamilos podem até gretar (felizmente comigo nunca aconteceu). O mais triste mesmo é uma pessoa ir tomar banho e o leite esguinchar por todo o lado. O mais triste é ter, por uma vez, um par de mamas digno desse nome e não poder fazer grande coisa com elas porque, além de estarem do mais insensível, ainda nos arriscamos a que, entre beijos e abraços, comecem a cair umas gotas de leite para cima do nosso parceiro (não é lá muito sexy, pois não?). Por isso, perdoem-me as fundamentalistas, mas hoje, cá em casa, iniciamos uma nova etapa. Hoje foi o primeiro biberon, amanhã será o segundo e, daqui a umas semanas, se tudo correr bem, poderei anunciar, sem sentimentos de culpa: acabou-se a mama. Literalmente.