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Eu li os livros e os artigos das revistas. Do spock, do brazelton e do mário cordeiro, daquele que tem um método infalível para alimentar as crianças, do outro do pequeno ditador e mais uns quantos menos mediáticos mas igualmente cheios de teorias. É óptimo haver tantas teorias porque, se procurarmos bem, há sempre algum especialista que concorda connosco e serve mesmo para justificar as nossas decisões. Há uns que dizem que o bebé deve aprender a dormir sozinho, outros que defendem o co-sleeping. Há uns que dizem que o bebé deve escolher os seus horários, outros que nos aconselham a impor regras e rotinas desde o nascimento. Há uns que nos fazem sentir culpadas por nunca estarmos em casa, outros que dizem que o mais importante é ter tempo de qualidade com eles. Que nunca se deve bater nem gritar, ou que uma palmada de vez em quando não faz mal. Que os devemos obrigar a comer bróculos, ou que não adianta forçar nada. Que eles devem aprender quanto custa a vida, ou que devem ser crianças e temos de os proteger. Já foi moda abdicar de tudo pelas crianças, mas parece que agora voltou a estar na moda sermos adultos e elas que se adaptem à nossa vida. Enfim. É escolher, ò freguesa. Eu li os livros todos e, como toda a mãe que se preza, juntei estes conselhos todos, deitei fora aqueles que não me interessavam, baralhei, dei de novo e criei umas teorias só minhas, acertadíssimas, inatacáveis - para educar filhos perfeitos, sem margem para erros. Tenho certezas absolutas (não temos todas?). Sei exactamente como devo fazer.
O problema não são as teorias. O problema é a prática. Diária. Caótica. Improvisada. Cansada. Barulhenta. E, vai-se a ver, acabo sempre cheia de dúvidas, a achar-me a pior mãe do mundo e a imaginar os horrores que os meus filhos hão de dizer de nós quando, já crescidos, passarem horas e horas na psicanálise. Não podia ser só um bocadinho mais fácil?

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publicado às 15:47


15 comentários

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1gota 10.05.2010

Tão verdade!

(posso linkar?)

:*
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aol 10.05.2010

Eu também, por vezes penso que sou a pior mãe do mundo.
Até costumo dizer que qualquer dia os meus filhos qualquer dia me "vão dar para adopção".
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ana 10.05.2010

olha guia-te pelo que te vai na alma, das chatices que trazes, de um dia porreiro, de um dia de meter medo ao susto, isto é: mas alguém não tresvaria o humor dia após dia?
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ana 10.05.2010

olha guia-te pelo que te vai na alma, das chatices que trazes, de um dia porreiro, de um dia de meter medo ao susto, isto é: mas alguém não tresvaria o humor dia após dia?
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Avessa 11.05.2010

Assim vejo que não sou só eu. É mesmo muito dificil educar e principalmente lidar...e na nossa cabeça tudo alinhadinho mas depois na prática instala-se o caos!
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Anónimo 11.05.2010

Porque não olhar para eles e vê-los, simplesmente, como seres iguais a nós e tratá-los como irmãos, assim, não terão eles maior facilidade em ver as nossas dúvidas e incertezas? ....e que ninguém está aqui para impôr nada a ninguém.....
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Anónimo 11.05.2010

:)
Como te percebo.
Aqui tens o link para fazeres o download gratuíto de um livro do Carlos Gonzales, o Besame Mucho.
Não é um "livro de instrucções", eu gostei muito de o ler. Recomendo!
Um beijo
L
http://www.4shared.com/dir/6719904/2a1cb6ad/sharing.html
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SofiaGaivota 12.05.2010

Tal e qual.... lemos de mais... se calhar devemos seguir a nossa intuição e à falta dela o que nos parece melhor naqueles segundinhos em que temos que reagir mas que depois que nos parecem horas quando rebobinamos na nossa cabeça. :)
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Matilda 13.05.2010

Exactamente. Acho que o problema começa quando damos ouvidos ao mundo.
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Juanna 13.05.2010

Sem ter lido livros, cheguei à conclusão que, entre pais e filhos, não pode existir uma democracia. Eu mando e pronto. Elas obedecem. Por vezes cedo eu, por vezes elas. E assim nos amamos profundamente, com palmadas no rabo pelo meio.

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