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02
Jul08

De pequenino

Uma pessoa embala um bebé nos braços. E os braços começam a doer, o bebé é grande, mais de cinco quilos para trás e para frente. Mas uma pessoa insiste. É tão bom dar um colinho. O bebé adormece. Parece um anjo, os olhos fechados, o rosto calmo, os lábios quase que sorriem. Uma pessoa vai pôr o bebé na cama. Devagar. Com jeitinho. Com mil cuidados. E, de repente, os olhos do bebé abrem-se e olham para a mãe como quem diz ah, ah, achavas que me enganavas, era?, e desata num choro estridente como se uma pessoa lhe tivesse batido ou algo do género. Uma pessoa volta a pegar-lhe ao colo. E aguenta. Como dizia o poeta, mais valera se não fora para tão grande amor tão curta a vida. E é assim, com estas manhas, que os filhos começam, desde o berço, a dominar os pais. Qualquer dia, não há de faltar muito, está a pedir-me para ir à discoteca.

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publicado às 17:54


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