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A minha mãe foi comprar roupa para o neto mas, por distracção ou por não ter levado os óculos de ver ao perto para ler bem a etiqueta que dizia "girl", acabou por trazer um conjunto de três bodies de menina. Ela tem desculpa. Os bodies eram mesmo giros, todos coloridos, com gatos azuis e verdes, e o único que é ostensivamente cor-de-rosa estava escondido atrás dos outros. Já em casa, a descoberta causou algum embaraço e muitas gargalhadas. Queres que vá trocar? Não, por amor de deus, trocar porquê? Até calha bem. Já ando um bocado farta daquele azul-desmaiado que invadiu as nossas gavetas e, para dizer a verdade, o nosso rapagão fica bem de rosa-choque (não acham?). Tal como fica bem de cor-de-laranja. De amarelo. De verde. De vermelho. Quem é que terá inventado essa coisa de os rapazes só usarem azul e as raparigas cor-de-rosa? Só pode ter sido alguém com muito pouca imaginação, parece-me. Pois nós, cá em casa, não só temos imaginação como gostamos de desafiar os estereotipos. O mais velho tem uma bola das princesas. Pede-me para pôr ganchos no cabelo. E brinca comigo às casinhas. No livro que lemos à noite, o pai-tartaruga é o que tem a vassoura na mão e a mãe-tartaruga é a que está a ler o jornal, diz ele e quem sou eu para o contrariar?
Na batalha da mãe contra a sociedade, a mãe leva vantagem. Resta saber por quanto tempo...

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publicado às 15:49


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