Um amigo meu costuma dizer que o ideal seria termos duas vidas, pelo menos. Uma para fazer tudo certinho e outra para desbundar à brava. Uma para ser presidente, outra para experimentar todas as tripes. A mim nunca me angustiou esta coisa de ter de acertar à primeira com a vida, sem rascunho. Vivo bem com as minhas decisões e com os meus falhanços e, de uma maneira geral, apenas lamento não me ter esforçado mais para acarinhar algumas pessoas
(ainda hoje isso acontece, passo a vida dizer que devia dar mais atenção aos amigos, na verdade eu não precisava de outra vida, eu precisava era de uma vida com mais tempo)
dizia eu que isto nunca tinha sido um verdadeiro problema para mim. Aprendi a escolher, a fazer concessões, a recuar, a esquecer. Não se pode ter tudo. É simples.
Até ter filhos. Aí sim. Saber que as minhas decisões podem (vão) influenciar a vida deles. Saber que se eu falhar são eles que vão sofrer as consequências. Saber que me cabe a mim educá-los, mostrar-lhes os caminhos, ajudá-los a ser pessoas boas e felizes. Apetecia-me que isto agora fosse um ensaio. Vamos ver como é que corre se experimentarmos desta maneira. E se corresse mal fazíamos de novo. Take 2, take 3, take 4, até sair tudo perfeitinho.