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22
Jan10

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Quanto mais penso nisso mais me parece absurdo essa coisa de dar computadores, magalhães ou outros, em massa às criancinhas. Que os dessem aos meninos que andam no ciclo, vá lá, ainda percebia. Agora, às crianças de seis anos? Quanto mais penso nisso mais tenho a certeza que as crianças de seis anos precisam é de ser crianças e de brincar. Precisam de explorar a natureza e o mundo. De passear e de aprender. Não havia nada mais importante para fazer? Levar as crianças a espectáculos e exposições, equipar as escolas com todo o tipo de materiais para que elas possam fazer esculturas, pinturas e outras artes. Comprar-lhes puzzles e jogos. Bolas. Livros. Instrumentos musicais (além da pandeireta e da flauta). Levá-las a concertos. Dar-lhes formação musical de jeito. Ensiná-las a fazer bolos. Levá-las a andar de comboio e de carroça. A acampar. A ver as estrelas. A ver o mar. Mostrar-lhes os nossos monumentos. Garantir que têm uma alimentação decente. Não tinham onde gastar o dinheiro? E que tal não permitir que haja miúdos que têm de estar nas aulas com luvas e cachecóis? Não os deixar aprender em barracões que no verão parecem fornos? Dar-lhes pátios grandes, com árvores, jardins, hortas, espaço para correrem e jogarem à macaca? Dar-lhes pavilhões desportivos bem equipados. Mostrar-lhes que há mais desportos além do futebol. Piscinas. Passeios a cavalo. Quanto mais penso nisso mais me convenço que a última coisa que as crianças de seis anos precisam é de passarem (ainda mais) tempo em frente a um computador. As crianças de seis anos não deviam sequer ter computador.
Mas isto sou eu, que sou retrógada e, talvez, até um pouco ignorante, que não sei nada destas novas pedagogias. Isto sou eu que cada vez mais sinto que vivo num tempo e num mundo que já não existem.

publicado às 21:49


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