"I was 40, I was fat and a I was alone."
(Marina Abramovic, recordando o momento em que se separou de Ulay)
A rapariga Adriana que abraçou um polícia na manifestação e foi tema de mil e uma crónicas fez um ensaio fotográfico para uma revista cor-de-rosa. Aparece na capa, mesmo por baixo de uma "paixão fulminante" e ao lado da Cinha Jardim, e aparece lá dentro, com roupinhas de verão, a rebolar-se na areia e a fazer olhinhos à câmara, debitando frases fofinhas. E vai-se-a-ver e, afinal, é uma miúda banal. A aproveitar os seus cinco minutos de fama (e a aproveitar-se da preguiça dos jornalistas), tal e qual como os bimboconcorrentes da casa dos segredos.
Parece que o que dá "ibope" é falar de sapatos e publicar fotos de vestidos. Mas não me apetece.
2* Feira

22° - 17°
Céu limpo com poucas nuvens
3* Feira

23° - 18°
Céu limpo com algumas nuvens e aguaceiros
4* Feira

20° - 15°
Aguaceiros
5* Feira

21° - 15°
Chuva
Enquanto "penetrava" na 'Tropicália' de Hélio Oiticica e ouvia as explicações dos fantásticos curadores da exposição, enquanto percorria o penetrável PN2, passando por entre as fitinhas de 'Imagética', um pensamento: naquele mesmo sítio terão estado pessoas que eu tanto admiro. Caetano e Gil, provavelmente, e quem sabe outros. Naquela mesma caixa de madeira, cheirando aquele cheiro, experimentando a mesma sensação.
Enquanto via o documentário 'Marina Abramovic: The Artist is Present', que mostra todo o processo de montagem da exposição que a artista apresentou em 2010 no MoMA e depois acompanha os três meses que ela passou sentada, olhando fixamente cada espectador, também eu me comovi com a força e a determinação daquela mulher. Com o modo como se despiu, mais uma vez, perante os outros, embora desta vez vestida das cabeças aos pés. Como se expôs e expôs aqueles que se sentaram à sua frente. Queria ter sido eu a sentar-me ali (teria eu coragem?).
Sou uma privilegiada, eu sei. Mas a arte está ao acesso de todos, basta querer. A exposição de Hélio Oiticica inaugura sexta-feira, no Museu Berardo, e fica por lá até janeiro. O filme sobre Marina Abramovic passa no sábado, uma única vez, no Cinema São Jorge.