A sensação que dá é que o "estado" está desesperado. Precisa de arranjar dinheiro, muito dinheiro a qualquer custo, e por isso desata a ir-nos ao bolso de qualquer maneira. Aumenta o iva de tudo, aumenta as taxas moderadoras, aumenta a taxa social, aumenta o irs, aumenta as propinas, aumenta a luz, o gás, a água, as rendas, a gasolina, os transportes, aumenta tudo, sem dar nada em troca, e depois pergunta-se: ainda há por aí alguma coisinha que seja grátis? Então que se passe a pagar. Hoje foram outra vez
as estradas. Daqui a nada não há caminho esburacado que não custe os olhos da cara. Desempregadas ou a ganhar menos, as pessoas começam a cortar no supérfluo - como as
idas ao cinema ou
um carro novo - começam a cortar no menos supérfluo - como na
educação, na
saúde ou
nos transportes. E também nas tais
estradas. Para não gastar, a solução é ficar em casa, quietinho, sem ligar a televisão nem o aquecedor. E comendo pouco. Bife só de vez em quando. A economia não avança, afundamo-nos cada vez mais. E o estado
ainda mais desesperado.
Eu até sou uma pessoa optimista, que sou, e esforço-me por pensar que isto é tudo uma fase e que as coisas vão melhorar e que os meus filhos hão de crescer num país decente e conseguir ter uma vida boa. Esforço-me, pois. Mas está difícil.