Voltar ao topo | Alojamento: Blogs do SAPO
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ontem almoçámos no mcdonalds. Ao jantar fiz salmão no forno (com sopa e fruta).
Hoje o almoço foi pizza. Ao jantar houve robalo (com sopa e fruta).
Não é só com a comida. Estar de férias com os miúdos é estar constantemente à procura deste equilíbrio frágil entre a transgressão consentida (deitar mais tarde, jogar mais playstation, comer sobremesa) e as regras que, apesar de tudo, é preciso manter (arrumar o quarto no final do dia, fazer os trabalhos de casa, levantar o prato da mesa). Os meus filhos imparáveis, que ainda hoje andaram em correrias malucas atrás dos pombos e se rebolaram em lutas no chão do largo de camões, a amiga da amiga a perguntar-me horrorizada "eles são sempre assim?", toda a gente que passava olhava para eles (e toda a gente devia estar a pensar quão mal educados eles eram), eu própria já a sentir uma certa vergonha, mas os meus filhos imparáveis vai-se a ver e são uns queridos, enchem-me de abraços e beijos e sorrisos e chamam-me 'mãe linda'. Há dias em que isso é tudo.
Não vi a entrevista.
Em vez disso vi mais uma vez o fabuloso 'American Beauty', que estava a dar num canal axn. Se é para perder o meu tempo com exercícios onanistas ao menos que seja com o kevin spacey, que é um grande actor.
Amêndoas de chocolate.
Muitas.
"Tem vez que as coisas pesam mais
Do que a gente acha que pode aguentar
Nessa hora fique firme
Pois tudo isso logo vai passar
Você vai rir, sem perceber
Felicidade é só questão de ser
Quando chover, deixar molhar
Pra receber o sol quando voltar"
'Felicidade', de Marcelo Jeneci
É uma pergunta que me fazem muitas vezes.
Quando a verdadeira questão é: mas qual seria a alternativa? não aguentar?
Estreei-me no Skype.
Já não falta tudo. Um dia destes ainda irei aprender a fazer um power point.
A princípio é simples, anda-se sozinho
Passa-se nas ruas bem devagarinho
Está-se bem no silêncio e no burburinho
Bebe-se as certezas num copo de vinho
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
Dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo
Diz-se do passado, que está moribundo
Bebe-se o alento num copo sem fundo
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
E é então que amigos nos oferecem leito
Entra-se cansado e sai-se refeito
Luta-se por tudo o que se leva a peito
Bebe-se, come-se e alguém nos diz: bom proveito
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
Olha-se para dentro e já pouco sobeja
Pede-se o descanso, por curto que seja
Apagam-se dúvidas num mar de cerveja
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Enfim duma escolha faz-se um desafio
Enfrenta-se a vida de fio a pavio
Navega-se sem mar, sem vela ou navio
Bebe-se a coragem até dum copo vazio
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
E entretanto o tempo fez cinza da brasa
E outra maré cheia virá da maré vaza
Nasce um novo dia e no braço outra asa
Brinda-se aos amores com o vinho da casa
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida.
'O primeiro dia', de Sérgio Godinho
Dias estranhos. Às nove e meia da manhã, sento-me na cozinha a tomar café e a falar de homens com a minha Neusa. Passamos meses sem sequer nos vermos mas esta mulher, que limpa a minha casa e passa a minha roupa todas as semanas, é bem capaz de saber de mim coisas que só a poucos confessei.
O meu dia de trabalho começa com um grande sorriso. O meu dia de trabalho começa com um envelope de onde sai 'O pai mais horrível do mundo', mais um fantástico livro do meu amigo João Miguel com ilustrações do João Fazenda. Tão fixe. Tão, mas tão fixe.