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Ando a pensar em abraços e a culpa é da minha psiquiatra. Toda a gente fala dos beijos e, sim, os beijos são importantes e podem ser muito poderosos (podem mesmo, eu sei). Numa relação amorosa. Mas socialmente os beijos estão completamente banalizados. Todas as pessoas se cumprimentam de beijo. Um beijinho, dois beijinhos. Gente que mal conhecemos. Às vezes quase nem nos tocamos, damos a cara e pronto. Mesmo com pessoas que conhecemos bem os beijos tornaram-se um cumprimento mais do que um acto de carinho. Já os abraços. Alguém abraça um estranho? Um abraço exige intimidade e significado. Quando queremos confortar o outro nada é melhor do que um abraço. Recebo-te em mim. Entrego-me a ti. Um abraço é como um refúgio. Um aconchego. Um colo. Um porto-seguro. Quentinho e fofinho. É estarmos juntos do outro. É tornarmo-nos um só. Ando a pensar em abraços. Ando a pensar que se calhar não fui tão abraçada quanto precisava. Não é de agora, é de sempre. Ando com vontade de abraçar os meus muitas vezes. Os meus filhos, os meus amigos, as minhas pessoas. De lhes dar abraços apertados e longos. De desfrutar bem desses momentos. Temos que nos tocar mais. E sem medo. As palavras são importantes, e dizer o que sentimos é um desafio diário, mas neste momento parece-me que nada do que dizemos substitui esta coisa das peles se colarem, das mãos se darem, de nos sentirmos verdadeiramente próximos uns dos outros.