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Não gosto de entrar em casa com silêncio.
Estou habituada a trazê-los sempre comigo, a virmos apertados no elevador, com as mochilas e os sacos das compras, eles sempre a falar alto e a discutir e eu a tentar manter a calma e a não conseguir. Abrimos a porta e a nossa casa ganha vida. Estou habituada a dizer vinte vezes que têm de ir para o banho e a fazer o jantar ao mesmo tempo e a ser tudo muito agitado. Estou habituada aos desenhos animados na televisão e a ler histórias de porquinhos e lobos maus. E aos brinquedos na sala. E aos boas-noites que demoram.
Não me importo, e até gosto, de passar um ou outro dia sozinha, só comigo, consigo entreter-me em casa ou vou ao cinema ou vou às compras ou pego num livro e vou esplanadar para algum sítio. Não me importo, embora não goste muito, com os serões que passo sozinha no sofá, depois de os deitar, a ver séries e a facebookar.
Não, eu não tenho que estar sempre com eles. Longe disso. Passo a vida a dizer que preciso de mais tempo só para mim, e é verdade que preciso, mas não gosto disto, de entrar em casa sem barulho nem filhos. É só este momento, depois passa. Vá-se lá entender.
Ontem a noite foi dos Buraka Som Sistema e foi fantástica. O documentário do João Pedro Moreira, 'Off the Beaten Track', é muito fixe e dá-nos uma visão por dentro do grupo, da Amadora a Londres passando por Angola. Eles em palco são fabulosos. A Blaia é imparável. E a Aula Magna tem aquela energia. O público (hispsters, rappers, betos, todas as tribos e gente sem tribo, como eu, misturada na plateia) fez a festa. Mesmo. Dançámos e pulámos que nem umas malucas e se não fosse ter que vir trabalhar logo pela manhã teríamos ficado "up all night" a abanar o rabo até nos doerem as pernas.