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Leitura de domingo. Na Slate, entrevista à terapeuta Esther Perel a tentar responder à questão: porque traímos (numa relação amorosa)? E ainda: porque traímos, mesmo quando somos felizes num casamento?
Vale a pena ler tudo, porque ela levanta uma série de questões engraçadas e de que geralmente não se fala, e até para podermos discordar e/ou discutir o assunto.
Fica uma frase para pensar:
"Very often we don’t go elsewhere because we are looking for another person. We go elsewhere because we are looking for another self. It isn’t so much that we want to leave the person we are with as we want to leave the person we have become."
E, já agora, sobre os desafios do casamento e do desejo - e o poder da imaginação e o modo como o erotismo é politicamente incorrecto e a importância da curiosidade e da exploração - vejam os sábios conselhos da mesma Esther Perel aqui:
Nas minhas idas e vindas de hoje, calhou estar no carro ao meio-dia e calhou ter a Radar sintonizada (os miúdos costumam pedir outras músicas) e calhou ouvir a Joana a falar com a Inês Meneses sobre a necessidade de ficar no canto desfocado da fotografia, sobre batons, a poesia dos seus 'Ritornelos', os Smiths, as botas dr. Martens que ela usava quando tinha 15 anos e sobre a sua primeira viagem de carrossel.
Como se vê, tudo tem um lado bom. Até as idas e vindas de uma mãe atarefada. O programa repete amanhã, às 19.00, e depois acho que há de ficar disponível em podcast.
Apanhava dois aviões.
Um para ir ver a exposição 'American Cool', que está patente até 7 de setembro na National Portrait Gallery, em Londres. Descobri-a no The Guardian e fiquei fascinada. 'Cool is the opposite of innocence or virtue. Someone cool has a charismatic edge and a dark side", escreve o jornal. E James Dean era super-cool.
James Dean, 1954. Photograph: Roy Schatt
E o outro avião haveria de me levar a Paris para ver a exposição de Robert Mapplethorpe no Grand Palais. Esta, encontrei-a no El Pais e pode ser apreciada até 13 de julho.
'Thomas' (1987) de Robert Mapplethorpe
E de caminho, não tenho dúvidas, encontraria outras coisas para ver, saborear, experimentar e desfrutar. Se eu pudesse.
9.30. Tenho um livro novo (obrigado, Joana) e ainda por cima um livro que queria muito ler. A Naomi Wolf é uma autora norte-americana, que escreveu, por exemplo, 'O Mito da Beleza', e é uma daquelas mulheres que há muito me despertam a curiosidade. Já li alguns artigos sobre este livro e estou cheia de vontade de entrar nesta 'Vagina', salvo seja.
11.30. Fui ver a exposição do fotógrafo Pieter Hugo, que inaugura amanhã na Fundação Gulbenkian. Ele é sul-africano e tem um olhar muito interessante sobre os contrastes e contradições de África. E as fotos são belíssimas. A exposição fica patente até 1 de junho.
13.00. Ainda na Gulbenkian, almocei com a minha querida Sónia. O encontro já estava marcado há mais tempo e acabou por vir no tempo certo. Tínhamos tanta conversa para pôr em dia. A Sónia é das pessoas que melhor me conhece (de tal maneira que até sabe coisas da minha vida que eu própria desconhecia, não é amiga?) e que me faz sempre bem. E ainda ganhei uma prenda linda e com um significado muito especial.
19.15. Abraços dos bons e filhos felizes. Vou ficar a dever mais uns favores e vou passar o fim-de-semana a correr de um lado para o outro mas vou conseguir ter umas duas horas para estudar com o António e o Pedro irá à festa do seu amigo. Vou conseguir. O que for possível.
Os dias são o que nós fizermos deles.
Amanhã vai ser ainda melhor.
Há dias que correm tão bem.
E depois há dias em que a vida escapa ao meu controlo e sinto que não vou conseguir. Porque é impossível conseguir conciliar o horário da escola e das actividades com o meu horário de trabalho e as reuniões de pais e as compras e as outras coisas todas que temos para fazer, que parece que calha tudo na mesma altura, e ainda pensar que devia ajudar o António a estudar para os testes desta semana mas não vou conseguir porque chegamos a casa às oito da noite (às vezes mais tarde) e a essa hora já não dá, e depois vou estar a trabalhar no fim-de-semana e eles têm de ir dormir a casa dos avós e por isso vou ter de dizer ao Pedro que não pode ir à festa de anos do melhor amigo porque não há quem o leve e traga e também não vou conseguir outra vez ajudar o António a estudar para o teste de segunda-feira porque vou trabalhar até às 9 da noite de domingo e é impossível.
É impossível, não vou conseguir. E isso deixa-me de rastos.