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Uma criada interna, a excelente Regina Casé. Chama-se Val, veio do nordeste para São Paulo para trabalhar e ganhar dinheiro para mandar para a filha, lá longe. Mora no quarto dos fundos, não come o gelado dos patrões e nunca entrou na piscina. E é ela que faz a vida daquela família funcionar. Foi ela que tomou conta de Fabinho quando ele era criança, é ela que leva o cão a passear, é ela que acorda o rapaz, agora já crescido, para ele ir para a escola, que põe a comida na mesa, que tira os pratos, que serve os aperitivos, que faz o que tem de ser feito. É no colo dela que Fabinho continua a procurar consolo quando algo lhe corre mal. Um dia a filha de Val aparece e instala-se ali. Jessica recusa-se a ser tratada como a mãe, pois não é criada da família. Mas também não pode ser tratada como uma visita dos patrões, que não é. Qual é o seu lugar? E como é que a presença dela vai alterar a vida naquela casa? Pode a filha da criada sentar-se à mesa com os patrões e ficar tudo na mesma?
Que hora ela volta? é o filme de Anna Muylaert que está a fazer furor no Brasil. Estreou em Sundance, foi premiado em Berlim e é o candidato brasileiro aos Óscares. É um filme que fala de classes e de consciência de classe. Mas é também um filme sobre o trabalho doméstico. E sobre mães e filhos (o título em inglês é The Second Mother). Parece que vai estrear em Portugal. Eu já vi e digo(-te) que vale a pena.