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No primeiro dia do meu regresso ao trabalho, fui até à Vila Dias, em Xabregas, um lugar que eu nem sabia que existia. Dias depois, sentei-me na plateia do Teatro Nacional D. Maria II, no Rossio, a ver o Lear, como se fosse a primeira vez que ouvia aquele texto. Na semana passada, andei a explorar o Bairro dos Lóios, também conhecido como "pantera cor-de-rosa", em Chelas, mais um sítio onde nunca tinha ido. Esta semana, andei à volta de gente que gosta de música muito diferente da que eu ouço e conheci algumas pessoas mesmo interessantes, como a Violet, uma mulher cheia de garra e de ideias que me disse que os seus planos para o futuro são "fazer as coisas o mais "eu" possível" - que é aquela coisa do sermos nós sem medos nem constrangimentos que tanto persigo.
a Vila Dias
o Bairro dos Lóios
Vivem-se dias incertos na imprensa portuguesa, mas enquanto os meus dias forem assim, cheios de aprendizagens e descobertas, de sítios e pessoas e conversas boas, isto vai valendo a pena.
Entretanto, descobri esta versão que os A-ha fizeram do Take on Me que tanto dancei na minha adolescência (e não só) e que agora ouço, emocionada, em modo slow. E penso como desacelerar uma música pode mudar-lhe o significado. Ou então isto é só da idade. E amanhã já é outubro.
"So needless to say
I'm odds and ends
I'll be stumbling away
Slowly learning that life is OK
Say after me
It's no better to be safe than sorry"
Afinal, parece que ainda havia coisas por dizer sobre os livros de actividades da Porto Editora.
Antes de mais, convém dizer (mais uma vez) que eu acho essa coisa de fazer livros para meninos e livros para meninas uma parvoíce. Não me parece que haja qualquer justificação para isso, em qualquer idade mas muito menos tratando-se de crianças abaixo dos 6 anos (existe neste blog uma tag igualdade, está lá tudo o que penso sobre o assunto). Mas, bom, lá porque eu acho esses livros uma tolice não quer dizer que devam ser proibidos. Se fossem proibir todos os livros que eu acho parvos, desadequados ou até nocivos para as pessoas iria sobrar pouca coisa nas prateleiras. Enfim. Publique-se. Não sendo nada de ilegal, sou sempre pela liberdade.
Também convém dizer que os livros em causa nunca foram proibidos. Houve um parecer da Comissão para a Igualdade de Género que os desaconselhava. E uma houve recomendação (a meu ver excessiva e demasiado casuística) do Governo para a sua retirada do mercado.
Posto isto, a Porto Editora retirou os livros de mercado e agora, um mês depois, volta a pô-los à venda, ao mesmo tempo que emite um comunicado que remete para o relatório do conselho editorial, no qual se desdobra em justificações patéticas. E até infantis. Querem ver?
1) começa por dizer que estes livros respondem "a uma necessidade do mercado, já então muito preenchido com diferentes produtos para rapazes/meninos e raparigas/meninas", a que se segue uma lista de títulos de outras editoras que também fazem a distinção de género. Um pouco como as crianças fazem quando são apanhadas em falta e, para se desculparem, dizem: "mas ele também fez". Farto-me de dizer aos meus filhos: os erros dos outros não desculpam nem justificam os nossos erros. Lá porquem os outros mentem ou roubam ou lá o que seja, não vamos nós fazer o mesmo, não é?
2) mais adiante, lê-se: "A compra destes produtos é livre: os blocos dos rapazes estão também disponíveis para serem comprados pelas meninas e vice-versa. A igualdade de oportunidades não está comprometida porque todos podem ter acesso à obra que entenderem." A sério? Um menino pode mesmo comprar um livro para menina? E pode comprar uma boneca no corredor dos brinquedos das meninas? E não vai preso por isso? Respiremos fundo. É óbvio que a compra é livre. Não é isso que está em causa. Nem vou aprofundar esta questão (vão lá à tal tag, pode ser que ajude). Quem não percebe isto não percebe nada do que é que estamos a falar. E os senhores da Porto Editora sabem perfeitamente do que é que estamos a falar, só que não lhes dá jeito.
3) diz ainda a editora: "parece-nos muito exagerado considerar que a realização deste tipo de blocos de atividades de alguma forma condicione, no futuro, as opções pessoais e profissionais das crianças." Respiremos fundo, outra vez. Primeiro, não é a realização das actividades, é o discurso sobre as mesmas. Brincar com bonecas não condiciona o futuro de ninguém. Dizer que brincar com bonecas é coisa de meninas sim (mas não é dizê-lo uma vez, é que isto seja dito por toda a gente, de muitas maneiras, ao longo do crescimento das crianças). E, segundo, é mesmo preciso explicar que nada, nenhuma actividade, nenhuma conversa, nenhum livro, nada, visto isoladamente pode ser responsável por condicionar o futuro de uma pessoa? A educação, a socialização, a vida e as próprias pessoas são demasiado complexas para se poder identificar uma causa e um efeito desta forma simplista. E é claro que os vários especialistas altamente qualificados que trabalham na Porto Editora sabem isto. Este é um argumento verdadeiramente populista.
O que eu concluo disto tudo? A Porto Editora retirou os livros do mercado por sua vontade. No calor dos acontecimentos. Amendrontada pelos comentários nas redes sociais. Para tentar acabar com a polémica o mais rapidamente possível. Entretanto, outras vozes se levantaram e a editora percebeu que, se calhar, poderia capitalizar a polémica. E que, havendo quem apoiasse a editora, talvez a decisão inicial tenha sido precipitada. Isto não tem nada a ver com os livros. Nem com discutir o que está certo e o que está errado. Tem a ver com uma empresa que tem um negócio. É perfeitamente legítimo. Mas depois dispensamos todo o discurso pseudo-pedagógico, ok? Vendam lá os livros, aguentem as críticas (a crítica, tal como a venda, também é livre) mas por favor não digam mais parvoíces.
Foi no dia 11, segunda-feira, ao fim da tarde, que a escola publicou os horários. Percebemos de imediato que com aquele horário o miúdo não conseguiria ir aos treinos. Quando foi a apresentação dos alunos, na quarta-feira à tarde, dia 13, já tínhamos feito o devido pedido de mudança de turma, acompanhado de um documento do clube com os horários dos treinos e uma pequena exposição do caso.
Passaram duas semanas.
Ainda não obtivemos resposta.
Dia sim, dia não, ligo para a escola. Umas vezes pela manhã, outras mais à hora do almoço ou a meio da tarde. Sem sorte. A doutora Fulana não está disponível para atender o telefone mas manda dizer que os pedidos estão todos a ser analisados e que os pais irão ser contactados pela secretaria da escola quando houver uma resposta. Fico um dia à espera. Ligo no dia seguinte. Já perdi a conta à quantidade de vezes que deixei o nome do aluno, o meu nome e contacto. Prometem ligar e nada. Como eu, outros pais, imagino. Vou sabendo pelo puto que há outros miúdos que também pediram para mudar de turma e que até hoje estão à espera de uma resposta. Os alunos vão às aulas, já conhecem os professores, têm testes marcados, tudo isso, mas sem grandes certezas sobre o futuro. Amanhã são as reuniões dos pais com os directores de turma.
Entretanto, os alunos têm as suas vidas em suspenso. Estão a perder aulas de música, já se deveriam ter inscrito na natação ou no ténis, o que seja. E as famílias também têm as suas vidas em suspenso, porque o horário de um determina o horário de todos, das actividades dos irmãos, das rotinas de toda a gente.
Neste momento, estou por tudo. A doutora Fulana ou alguém por ela podia ligar-me e dizer temos pena, temos muitos pedidos e não conseguimos atender a todos. Eu compreenderia. Não nos dá jeito mas, paciência, é a vida. Neste momento, como é óbvio, já arranjámos outro sítio para ele treinar, em horários tardios, que nos desarranjam completamente a vida familiar, mas não é o fim do mundo, haveremos de sobreviver. Não, não é isso que me irrita. O que me encanita mesmo é esta falta de respeito pelos alunos e pelas suas famílias. Como se isto não fosse uma coisa importante. Como se tivéssemos que ficar gratos por termos uma escola pública e por isso temos que aguentar tudo.
Duas semanas.
And counting.
A propósito do post anterior, mais uma tira do Baby Blues. Quando eles crescem é mais fácil mas é muito necessário, mesmo quando são pequenitos, ter alguns momentos de sossego.
Uma das coisas boas de os miúdos estarem a crescer é que as férias já significam, outra vez, ter tempo para ler. Na praia enquanto eles correm e pulam e mergulham no mar, em casa enquanto eles mergulham nos ecrãs. De vez em quando ainda tenho que jogar com as raquetes ou dar uns toques na bola, mas já não é nada de muito exigente. Nas duas semanas em que estive na praia consegui ler estes:
No ano passado, tinha gostado muito do Índice Médio de Felicidade, de David Machado, por isso estava com grande curiosidade sobre este Debaixo da Pele. Confirma-se. É muito bom. O primeiro capítulo é extraordinário. Mesmo. A história é contada do ponto de vista de uma jovem que foi maltratada pelo namorado. Como é que ela lida com o trauma e com as expectativas dos outros? Como se relaciona com os pais, com os amigos, com o mundo, com as memórias, com as ideias que tinha para o seu futuro? A dor dela é palpável. Tão real. Até que o encontro com uma rapariga, uma criança, sua vizinha, vai interferir na sua vida. No capítulo seguinte, há um salto temporal e vamos encontrar um homem, de meia idade, que se apaixona por uma rapariga misteriosa (que é a criança do primeiro capítulo) e com ela mantém uma relação perturbadora. Mais um salto temporal e colocamo-nos na cabeça de um rapazito que vive com a mãe (a protagonista do primeiro capítulo), num monte, isolados do mundo. Estes dois capítulos não conseguem manter o nível do primeiro mas ainda assim são bastante bons. Encontrar as vozes certas e naturais destas personagens, os seus pensamentos e as suas palavras, não deve ter sido tarefa nada fácil.
Um Crime na Exposição é um reencontro com o nosso amigo e detective Jaime Ramos. Gosto muito desta série, de todo o trabalho de descrição dos espaços, das cidades, dos ambientes. Francisco José Viegas perde-se nos pormenores, nos charutos, nas comidas, nos corpos, nos gestos, e é absolutamente delicioso de ler. Nestes livros, o crime é apenas uma desculpa para conhecermos as personagens, para falar das suas relações e dos seus desejos, para viajar para outros locais, para acompanharmos o envelhecimento do detective que parece viver fora deste tempo.
O livro de Alexandra Lucas Colho E a noite roda foi uma enorme surpresa. Há muito tempo que não me acontecia devorar assim um livro, de forma tão compulsiva, quase sem conseguir parar. Fiquei completamente apaixonada pela história de amor entre os dois jornalistas, ela, Ana, vinda de Espanha, ele, Léon, da Bélgica, que se encontram em Israel aquando da morte de Yasser Arafat. Mais uma vez, fico presa pela descrição dos locais, com mil pormenores, as cores, os cheiros, as pessoas, os sabores, que quase nos transportam para a Faixa de Gaza ou para Paris ou para a região da Mancha, seguindo os passos de Dom Quixote. É Ana que nos conta a história, mas vamos acompanhando as trocas de mensagens entre eles, o desejo que cresce, os encontros e desencontros, a desilusão. Estava a ler este livro quando aconteceu aquela espécie de polémica com a canção em que Chico Buarque canta: “Quando teu coração suplicar/ Ou quando teu capricho exigir/ Largo mulher e filhos e de joelhos vou te seguir". E eu só pensava como a Ana iria gostar de Chico ou como Chico iria gostar da Ana e como se calhar é por isso que eu gosto de ambos, de Chico e deste livro, onde o amor surge em locais proibidos e sem se submeter à vontade. E mesmo sabendo praticamente desde a primeira página como a história iria terminar era impossível não estar a torcer por eles, numa angústia crescente.
A Menina Sem Estrela é um livro de crónicas de Nelson Rodrigues publicadas em 1967 e que são também as suas memórias. O estilo de escrita não é propriamente fácil nem sequer muito bonito mas, neste caso, para mim, o mais importante era ficar a conhecer melhor este homem. Já tinha lido há uns anos O Anjo Pornográfico, a biografia de Nelson Rodrigues pelo grande Ruy Castro que agora, finalmente, foi editada em Portugal (eu li a edição brasileira comprada em 2001 numa livraria do shopping de Florianopolis, durante a lua-de-mel), mas interessava-me perceber Nelson por Nelson e a sua vida povoada por tragédias. É uma visão obviamente parcial e muito emotiva mas é isso mesmo que dá um gosto especial a estes textos.
(nos entretantos, deixei dois livros a meio. odeio deixar livros a meio, sobretudo quando são de autores de que eu gosto ou com quem simpatizo. talvez não tenha sido o momento certo para nos encontrarmos. os livros têm os seus momentos para serem lidos. talvez um dia destes. nem vou dizer os nomes que é para não azarar.)
25 anos, mais coisa, menos coisa. Já temos mais anos juntas do que separadas. E é como diz o Sérgio Godinho: "Ai, faz tão bem, saber com quem contar".
Lista dos filmes que os miúdos viram em duas semanas de praia (e eu também, quase todos ou pelo menos bocados):
- Um polícia no jardim-escola (1990), de Ivan Reitman, com Arnold Shwarzenegger
- Alta Golpada (2011), de Brett Ratner, com Ben Stiller
- Mestres da Ilusão (2013), de Louis Leterrier, com Mark Rufallo e Jesse Eisenberg
- Jack Reacher: Nunca voltes atrás (2016), de Edward Zwick, com Tom Cruise
- USS Indianapolis: Homens de coragem (2016), de Mario Van Peebles, com Nicolas Cage (na foto em cima)
- Assassin's Creed (2016), de Justin Kurzel, com Michael Fassbender
- Porquê ele? (2016), de John Hamburg, com James Franco
- Power Rangers (2017), de Dean Israelite.
- Rei Artur: A Lenda da Espada (2017), de Guy Ritchie, com Jude Law
- A Grande Muralha (2017), de Yimou Zhang, com Matt Damon
Os três primeiros já tinham sido vistos (são DVD que estão no Algarve, assim como o Avatar que não vimos desta vez mas que nos últimos anos já foi visto uma meia dúzia de vezes). Os outros filmes levei-os eu, em versão pirata.
Olhando para esta lista até eu me surpreendo: é isto que dou aos meus filhos para eles verem?
Mas deixem-me explicar-vos. Há um ano, mais coisa menos coisa, reparei que o António, na altura com 12 anos, não via filmes. Via os desenhos animados e as séries tontas do nickelodeon, com o irmão, e daí tinha passado diretamente para os youtubers parvos. E fiquei preocupada. Quando eu era desta idade só tínhamos dois canais de televisão e não tínhamos hipótese: víamos o que estava a dar, incluindo muitos filmes, dos westerns aos musicais, passando pelas comédias, os filmes românticos, os policiais. Às vezes nem gostávamos muito, mas acabávamos por vê-los, por falta de opção. Os miúdos hoje têm muitas opções, muitos canais de televisão e ainda o telemóvel e o tablet e, por isso, só vêem o que querem ver, o que já conhecem, o que os cativa nos primeiros cinco minutos. Decidi, então, que me cabia a mim incentivá-lo a ver filmes. Claro que a diferença de idades entre eles é um problema e há um ano o Pedro ainda tinha alguma dificuldade em acompanhar as legendas. Além disso, como não queria que o momento se tornasse uma obrigação mas fosse, antes, um divertimento em família, começámos por coisas simples (os "regresso ao futuro", "a jóia do nilo", os "goonies", esse tipo de coisas), acompanhadas de pipocas nas noites de sexta-feira. A evolução neste ano foi enorme. O António já não resmunga (muito) quando o mando desligar o telefone para ver um filme e já confia mais nas minhas escolhas. O Pedro já lê legendas na perfeição (fomos ver o Gru na versão original) e até já vai ao cinema ver "filmes de crescidos".
De crescidos, isto é, filmes de aventuras e de acção. Não será exactamente a nouvelle vague mas será certamente melhor do que os thundermans e afins. Mas é um caminho que está a ser feito e não é preciso ter pressa nem saltar etapas. Acredito que havemos de lá chegar.
Por exemplo. Ao contrário do que acontecia há um ano, neste momento o António já consegue ver filmes que não sejam só de acção. Já aguenta bem uma comédia (como o Porquê ele?, que ele viu sentindo-se muito crescido) ou filmes que nos fazem pensar um bocadinho (comoveu-se a ver o USS Indianapolis, tal como se tinha comovido a ver o Capitão Fantástico há uns tempos, e ambos deram grandes conversas aqui em casa). E o caminho do Pedro também tem sido muito engraçado: ele quer ver tudo o que o irmão vê e fica muito atento, mesmo quando admite que não está a perceber nada. Às vezes, até me preocupo um pouco por ele ter 9 anos e estar a ver filmes que são para 12 ou 14 anos. O que mostra bem como isto de educar os filhos é tão complicado e como, apesar dos nossos esforços, nunca conseguimos educar duas crianças exactamente da mesma maneira.
Eu sei que isto parece uma coisa de nada e sei também que há de haver por aí miúdos muito mais à frente do que os meus. Mas é como vos digo. É um caminho. E cada pessoa tem de fazer o seu. Eu limito-me a abrir-lhes portas (sempre). São portas pequenas, sim, mas que, espero, conduzam a salas grandes, com outras portas e outros caminhos possíveis.
Tenho uma vaga memória de que foram boas. Depois de oito dias seguidos a trabalhar, incluindo o fim-de-semana e um piquete nocturno, com menos um dente do siso na boca e ainda a tentar organizar-me com os novos horários e as novas rotinas, ao nono dia tenho finalmente uma folga em que prevejo passar um belo tempo no supermercado a aproveitar os 15% de desconto em cartão, levar o António a uma consulta à hora do almoço e terminar o dia com a reunião de pais na escola do Pedro. E ainda tenho uma entrevista para transcrever e transformar em 4300 caracteres de texto até amanhã. Ai, setembro, setembro, se não fosse sempre assim nem teria graça, pois não?
As férias foram bem boas, só para que fique registado. Foi a vez em que passámos mais tempo os três sozinhos e mais tempo no mesmo sítio. Sem stresses. Eles crescem e estão felizes. O resto, como diria o outro, é "peaners".
Uma pessoa começa o ano lectivo com a melhor das boas vontades. Nestes primeiros dias somos só sorrisos e abraços. Aqui está um ano novo pronto a usar, completamente em branco, que pode mesmo vir a ser fantástico. É desta que nos vamos organizar, acordar com o primeiro toque do despertador, fazer a comida de véspera e só coisas saudáveis, ter calma e não gritar com os putos. É desta que eles vão estudar todos os dias e trabalhar como deve ser, vão portar-se bem nas aulas e estar com atenção, prometemos, mãe. Uma pessoa começa a tentar organizar os dias em função dos horários, mesmo que sejam horários maus, ora vamos lá ver, os treinos, a bateria, será que conseguimos encaixar a piscina?, fazemos aqui um esforço suplementar na terça-feira, o que dizem?, isto vai exigir um bocadinho mais de organização da vossa parte, conseguimos? conseguimos, somos determinados e estamos optimistas, vai correr tudo bem. Eis se não quando... espera lá, não era este governo da geringonça que tinha prometido diminuir o número de alunos das turmas? (este artigo tem bastante informação sobre este assunto) Então o que é isto?
32.
Trinta e dois.
32 miúdos de 13 anos encafuados numa sala. Tem tudo para correr bem, não tem?
Nem sei se isto será legal.
E ainda é só o começo.