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Foi no dia 11, segunda-feira, ao fim da tarde, que a escola publicou os horários. Percebemos de imediato que com aquele horário o miúdo não conseguiria ir aos treinos. Quando foi a apresentação dos alunos, na quarta-feira à tarde, dia 13, já tínhamos feito o devido pedido de mudança de turma, acompanhado de um documento do clube com os horários dos treinos e uma pequena exposição do caso.
Passaram duas semanas.
Ainda não obtivemos resposta.
Dia sim, dia não, ligo para a escola. Umas vezes pela manhã, outras mais à hora do almoço ou a meio da tarde. Sem sorte. A doutora Fulana não está disponível para atender o telefone mas manda dizer que os pedidos estão todos a ser analisados e que os pais irão ser contactados pela secretaria da escola quando houver uma resposta. Fico um dia à espera. Ligo no dia seguinte. Já perdi a conta à quantidade de vezes que deixei o nome do aluno, o meu nome e contacto. Prometem ligar e nada. Como eu, outros pais, imagino. Vou sabendo pelo puto que há outros miúdos que também pediram para mudar de turma e que até hoje estão à espera de uma resposta. Os alunos vão às aulas, já conhecem os professores, têm testes marcados, tudo isso, mas sem grandes certezas sobre o futuro. Amanhã são as reuniões dos pais com os directores de turma.
Entretanto, os alunos têm as suas vidas em suspenso. Estão a perder aulas de música, já se deveriam ter inscrito na natação ou no ténis, o que seja. E as famílias também têm as suas vidas em suspenso, porque o horário de um determina o horário de todos, das actividades dos irmãos, das rotinas de toda a gente.
Neste momento, estou por tudo. A doutora Fulana ou alguém por ela podia ligar-me e dizer temos pena, temos muitos pedidos e não conseguimos atender a todos. Eu compreenderia. Não nos dá jeito mas, paciência, é a vida. Neste momento, como é óbvio, já arranjámos outro sítio para ele treinar, em horários tardios, que nos desarranjam completamente a vida familiar, mas não é o fim do mundo, haveremos de sobreviver. Não, não é isso que me irrita. O que me encanita mesmo é esta falta de respeito pelos alunos e pelas suas famílias. Como se isto não fosse uma coisa importante. Como se tivéssemos que ficar gratos por termos uma escola pública e por isso temos que aguentar tudo.
Duas semanas.
And counting.