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Quase que não ia a tempo de vê-lo (fui hoje à sessão das 12:30) e não ia entusiasmada por aí além, uma vez que várias pessoas me tinham dito que não era assim tão bom. Mas eis que, surpreendentemente, gostei muito de A Complete Unknown, o filme de James Mangold, onde o Timothée Chalamet interpreta muito bem o papel de um muito novinho Bob Dylan.
Acho que em parte isto tem a ver com o facto de eu ser meia apaixonada pelos anos 60. Além de ser fã dos Beatles - as únicas pessoas que até têm direito a uma tag própria aqui - e de gostar de muita da música que se fazia nessa altura, também gosto muito de toda a onda hippie do "peace and love", das várias lutas pelas liberdades, da contra-cultura e do desafio à autoridade que geralmente associamos a essa época. Descobri a música The times they are a changin quando tinha uns 15 anos e ouvi-a em repeat durante algum tempo, acho que ainda hoje aquela letra fala muito para os jovens e para toda a revolta que sentimos com aquela idade. Até me emocionei um bocadinho nessa cena do filme.
Apesar de não ser a maior conhecedora da carreira do Bob Dylan, parece-me que o filme mostra bem a sua transformação, de miúdo do Midwest agarrado à guitarra para um cantor reconhecido, o impacto da fama e os seus dilemas criativos, a vontade de evoluir e a necessidade de se afastar dos seus ídolos da folk e seguir o seu próprio caminho. Não era propriamente um namorado cinco estrelas. Já o sabíamos através da Joan Baez. Fui entretanto à procura de mais sobre Sylvie. O filme aldraba um bocadinho alguns factos, o que é normal, mas eu tenho passado à tarde entretida a ler coisas e a descobrir muitas histórias sobre o Bob Dylan e, só por isso, já valeu a pena.