Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Apanhei por acaso o filme O Pianista, de Polanski, na televisão. Nunca tinha visto O Pianista, o que é algo bastante incompreensível. Por causa do filme e porque estive a corrigir um trabalho do meu filho sobre o Hitler, voltei a deparar-me com as explicações, as descrições e as imagens da Segunda Guerra Mundial. Fico sempre transtornada. Pensar que aquilo aconteceu há tão pouco tempo, que aconteceu aqui tão perto. Por mais que já tenha visto e lido e pensado sobre este tema, a maldade dos homens não pára de me surpreender e de me entristecer. Podia dizer o mesmo sobre outros acontecimentos, outros conflitos, outras atrocidades, claro. É tudo horrível. Ainda no outro dia estava a ver o A Oeste Nada de Novo, sobre uma guerra mais antiga, e a revolta a crescer cá dentro. Sinto o mesmo ao ver as notícias e as imagens da Ucrânia, no nosso tempo. Uma incompreensão enorme, um ódio pelos senhores da guerra, o medo. Sim, o medo. E esta sensação de que não aprendemos nada, de que não existe um fio da história, existe um emaranhado de fios e estamos sempre a voltar atrás.

342843818_700947451829285_5699997977419556163_n.jp

Ontem, li esta notícia sobre um bailarino ucraniano, Rostyslav Yanchyshen, que morreu a defender o seu país. Talvez um dia façam um filme sobre ele como fizeram sobre o pianista  Wladyslaw Szpilman.

Evito ver muitas notícias sobre a guerra porque me perturbam imenso. Não consigo não imaginar como será de repente o nosso país estar em guerra. De um dia para o outro. Porem-te uma espingarda na mão e vai lá matar o inimigo. Ver a nossa cidade destruída. Ter de fugir. Não ter o que comer. Ver as pessoas de que gostamos a morrer. Há mais de um ano que vivo com este sentimento de que não estamos seguros.

Não era nada sobre isto que tinha pensado vir aqui escrever hoje. Até nem ando infeliz com a vida, nem nada disso. A culpa é d'O Pianista. Devia ter ido a ver o novo filme da Disney para entrar no grande debate do momento sobre de que cor é verdadeiramente a pele das sereias, em vez de me pôr a pensar na guerra.

publicado às 10:26



Mais sobre mim

foto do autor