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Estava a ver o caderno de inglês do António, encontro um erro e chamo-lhe a atenção, para que ele emende.
- Oh mãe, mas eu copiei do quadro.
- Deves ter copiado mal...
- Não mãe, copiei como estava no quadro.
- Não, António, não devia estar assim no quadro.
- Como é que sabes? Estava assim, era assim que estava.
- Oh António, não podia estar assim. Deves ter-te enganado a copiar.
- Mas estava. Lembro-me perfeitamente que era assim que estava no quadro.
- Ok, então o professor enganou-se. Está mal e tens que mudar.
- Mas foi assim que o professor escreveu.
- Mas está mal.
- Como é que sabes?
- Sei. Agora escreves como deve ser, está bem?
O diálogo continuou. Tive que procurar no livro uma frase parecida para lhe provar que estava certa. Ainda ficámos ali um bocado, eu a explicar-lhe como era, ele a resistir. Até que, resignado, o rapaz emenda o erro. Mas com cara de poucos amigos. Com cara de "eu faço como tu queres mas tu não tens razão". Livra. Imagine-se quando for uma discussão sobre algo verdadeiramente importante.