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Em junho do ano passado, sentámo-nos no chão de uma sala de ensaios, pernas cruzadas, a conversar. Ela com aquele sotaque engraçado a falar-me de como decidiu ser bailarina, da mãe a dizer-lhe "o teu corpo não foi feito para dançar", da Julieta e do Cisne, das horas passadas no estúdio, repetição, repetição, do filho e das lesões, da despedida do palco que ia acontecer daí a dias, com a Giselle. Lembro-me que se emocionou. Agora, a Barbora Hruskova está de volta ao palco. Não vai dançar como antes. Não vai dar o máximo nos saltos e piruetas. Vai dançar apenas aquilo que o seu corpo de 42 anos lhe permite e vai falar com o público, contando-lhes como é ser bailarina profissional e como é deixar de ser bailarina. Como é sentir dores e sentir prazer nessas dores.
O espectáculo A perna esquerda de Tchaikowski, com encenação de Tiago Rodrigues e a participação do pianista Mário Laginha, é de uma beleza rara. E vai ficar no Teatro Camoes, em Lisboa, até 15 de fevereiro.
Foto de Nuno Pinto Fernandes/ Global Imagens