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Vou fazer 50 anos. Nunca me apetece festejar e este ano não é excepção, por mim fingíamos que este dia nem se quer existia e dispensavam-se os telefonemas e as mensagens e tudo, mas, pronto, se calhar, desta vez, vai ter que ser, não é?, afinal, são 50, caramba, vamos mesmo ter que inventar alguma coisa.

Estou a fazer pilates clínico com uma instrutora muito querida que bate palminhas e diz "muito bem" sempre que eu consigo apertar as nádegas, os glúteos e os abdominais ao mesmo tempo e fazer todas as repetições. O estúdio parece uma sala de tortura cheia de máquinas esquisitas e, para já, só lá vi pessoas mais velhas do que eu. Não adoro, mas estou a esforçar-me. Porque é importante para a recuperação. Ando toda dorida o que só pode significar que estou a mexer músculos que estavam há muito adormecidos. Mas a parte melhor é quando, no fim da aula, ela me pendura pelos pés e me deixa a relaxar. Sou muito boa a relaxar. É bom que isto sirva para alguma coisa, uma vez que é caríssimo. Tenho orçamento para dois meses (três, na loucura), antes de voltar ao pilates dos pobres no ginásio. 

O trabalho também tem sido uma tortura. Há dias em que me apetece desistir de tudo (depois lembro-me que tenho contas para pagar). A única coisa boa dos últimos tempos foi ler o livro da Sally Rooney e escrever sobre ele. Nunca tinha lido nada dela e gostei mais do que estava à espera.

Antes de me abalançar na última temporada da série A Amiga Genial, decidi rever as três temporadas anteriores. Voltei a gostar como da primeira vez. E gostei ainda mais de "passear" por Nápoles, agora que já conheço a cidade.

Foi há quase um ano que fui a Nápoles. Tem sido um ano bom. Muito bom, mesmo. Apesar de tudo. Um dia vou escrever sobre isto. Gostaria de um dia escrever sobre isto no presente, e não no passado como normalmente acontece. Dizer "gostaria de um dia escrever sobre isto no presente" é já dizer tanto. 

Na outra noite fui ver o Samuel Úria. Foi uma noite tão feliz. Já não me lembrava como gosto dele e daquelas canções. 

"E se euE se eu me esquecer de tiMas não dessa forma que o fizIsso fui só eu a ser só eu
Mas, se se enrugar a noção do meu melhorVem, de novo, deseducar-me de estar só
 
E se tuE se te apagares de mimMas não como às vezes pediIsso fui eu só a ser eu só
 
Ai, se se enrugar a noção do meu melhorVem, de novo, curar-me o vício de estar só"
 

Hoje comi uma romã e, como sempre, lembrei-me da minha avó. Outubro é também o mês dela. É o nosso mês. Das que cá estão e das que já não estão.

IMG_6085.jpg

(Peço desculpa se não perceberam este post. Às vezes sou um bocadinho egoísta e escrevo só para mim. Outubro ainda vai a meio. Tenho tanta coisa para fazer até aos 50, a agenda cheia, nem vou ter tempo de me angustiar. Digo eu.)

publicado às 21:43


2 comentários

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blogdocaixote 18.10.2024

Já li os dois anteriores a este, da Rooney, e gostei da escrita dela e das histórias, mas a imprensa tem dito tão mal deste último que estou meia sem curiosidade.
Também estou a ver a Amiga Genial e confesso que passei direta do meio da terceira temporada para a quarta. Queria ver as personagens mais velhas. Não me agradou a escolha da maior parte, excetuando das principais, por razões fúteis, confesso - os atores das primeiras temporadas são todos mais bonitos ;)
Samuel Úria é sempre um prazer em palco (acho-o muito sensual, mas não digas a ninguém).
Ainda tens uns meses antes dos 50. Calmex! como se diz cá em casa.
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Inês 29.10.2024

A amar a última temporada da amiga genial. Vou ter saudades!

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