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Gostei muito de:
A Pior Pessoa do Mundo, de Joachim Trier
A Filha Perdida, de Maggie Gyllenhaal
Flee - A Fuga, de Jonas Poher Rasmussen
Infelizmente, nenhum destes está nomeado para Melhor Filme. Qualquer um deles seria um excelente vencedor.
A Filha Perdida é uma adaptação de um livro de Elena Ferrante. Reconhecemos os temas: o mundo interior das mulheres, a maternidade, a culpa, a emancipação, o envelhecimento. A solidão. Olivia Colman e Jessie Buckley estão óptimas. Acho que todas nós conhecemos bem aquela mulher e os seus conflitos, entre os sonhos por viver e os deveres por cumprir, em busca permanente por um apaziguamento (e quando "eles crescem" não fica mais fácil, acreditem).
A Pior Pessoa do Mundo é sobre a mesma coisa tirando a parte dos filhos (ou incluindo apenas os filhos-enquanto-projecto). Sei que isto pode não fazer muito sentido dito assim, mas faz. A procura da felicidade leva-nos por caminhos sinuosos, ora vamos em frente, ora temos de recuar. A felicidade só existe com um outro? É um filme extremamente bonito na sua forma e no seu conteúdo. Já para não falar da atriz Renata Reinsve.
Flee - A Fuga é um documentário de animação (e algumas imagens reais) sobre um refugiado afegão - mas é também sobre todas as guerras e todos os refugiados, mesmo os que não dão audiências nem cliques. É um filme tocante e impactante, é belo e ao mesmo tempo um murro no estômago.
Gostei de:
1. Licorice Pizza, de Paul Thomas Anderson
2. O Poder do Cão, de Jane Campion
3. Belfast, de Kenneth Branagh
4. King Richard - Para Além do Jogo, de Reinaldo Marcus Green
Estes estão todos nomeados para Melhor Filme. É claro que Licorice Pizza não vai ganhar mas é o meu preferido. Sobre o Licorice Pizza e O Poder do Cão já escrevi AQUI.
Kenneth Branagh baseou-se na sua própria história para escrever o argumento de Belfast. Li algumas críticas muito más a este filme. Percebo que se ache um pouco lamechas. E talvez o preto e branco seja um pouco pretencioso. Mas é tão bonito. E o miúdo (Jude Hill) é espectacular. A Caítriona Balfe está linda e tão verdadeira. O Jamie Dorman é tipo aquele homem com quem nos apetece fazer coisas. E ainda tem a Judi Dench e o Ciáran Hinds, tão espectaculares.
O King Richard foi uma agradável surpresa. Gostei bastante deste filme ou não fosse eu uma grande fã de ténis que acompanhou bem de perto a carreira das irmãs Williams. Fiquei com nervos a ver o jogo como se fosse a sério e até me emocionei e chorei um bocadinho no fim. O Will Smith está óptimo, assim como a Anjanue Ellis e as miúdas.
Gostei menos de:
1. Mães Paralelas, de Pedro Almodóvar
2. A Mão de Deus, de Paolo Sorrentino
3. Being the Ricardos, de Aaron Sorkin
Sobre Mães Paralelas e A Mão de Deus também escrevi AQUI.
Being the Ricardos, com Nicole Kidman e Javier Bardem, tem graça por ser sobre a comediante Lucille Ball e o seu marido Desi. Ir ao youtube procurar as imagens reais e compará-las com as cenas do filme é um exercício bem divertido e percebe-se o cuidado com que o filme foi feito. Mas a leveza do filme, a música irritante e a caracterização ostensiva dos actores tira-me do sério. É tudo demasiado fake (a Nicole Kidman não consegue fazer filmes de jeito sem uma "transformação"? faz lembrar a Renée Zellwegger. mas, pronto, sabemos que a Academia gosta de uma boa transformação).
Não gostei de:
Don't Look Up - Não Olhem Para Cima, de Adam McKay
Dune - Duna, de Denis Villeneuve (vi 20 minutos e desisti, acho que isso diz tudo)
Não vi mas tenho pena:
Drive My Car - Conduz o Meu Carro, de Ryusuke Hamaguchi
CODA - No Ritmo do Coração, de Sian Heder
Os Olhos de Tammy Faye, de Michael Showalter