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Antes desta semana de caos que agora terminou e do mês de caos que aí vem, o mês de janeiro foi bom para mim. Foi mesmo. Inesperadamente bom por vários motivos, entre os quais estes: consegui ir passar um bocadinho de uma tarde com os meus queridos amigos da Companhia Maior, fui conversar com o Eduardo Gageiro e ver as suas maravilhosas fotografias e ainda ouvi o fantástico Jorge Calado a falar sobre as fantásticas fotos de Maria Lamas - sim, assim mesmo, com adjectivos em excesso para que se perceba que estou a falar de eventos mesmo importantes e - e isso é o mais relevante para o caso - que me deixaram verdadeiramente feliz.
Os acontecimentos dos últimos dias têm me feito reflectir muito sobre o estado do nosso país e sobre a cada vez maior visibilidade e representatividade da extrema-direita. Para quem, como eu, se revê incondicionalmente nos ideais da democracia, da liberdade, da igualdade e do respeito por todas as pessoas, tudo isto é bastante angustiante e confesso que ainda não encontrei as palavras certas para falar deste tema. É importante ver as fotografias de Eduardo Gageiro e Maria Lamas, falar sobre elas, tentar entendê-las. É preciso não esquecer o que foi a ditadura. O que foi verdadeiramente, sem romantizar. A história ensina-nos muito e manter a memória desperta é mesmo um dos maiores antítodos contra as ameaças que enfrentamos. É preciso não esquecer os que resistiram e lutaram contra a ditadura. Que o seu exemplo nos inspire. E nos dê alento.
Se puderem, não percam estas exposições. Para ver com olhos de ver.
Mulheres do nosso país fotografadas por Maria Lamas (1948)
Polícias batem em manifestantes durante o Estado Novo. Fotografia de Eduardo Gageiro