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Ficar deitada ao teu lado. Ficarmos deitados um ao lado do outro. A olharmo-nos. A abraçarmo-nos. A conversarmos. A rirmos. Ficar deitada ao teu lado. Ou em cima. Ou em baixo. Estar contigo em qualquer posição, em qualquer lugar, a qualquer hora. Cheirar-te. Deixar que o teu cheiro se entranhe na minha pele. Descobrir-te. Cada milímetro de ti. Beijar-te. Ficar só a sentir o calor do teu corpo, a tua respiração tranquila, encostar a minha cabeça levemente no teu peito enquanto dormes. Passear contigo. Ver como te movimentas seguro pela rua. Como me estendes a mão. Vamos? Ouvir a tua voz. Ouvir-te em todas as línguas. Ouvir-te sobre todos os assuntos. Por acaso sabes como adoro ouvir-te? Desde aquele dia de chuva em que fomos jantar num restaurante quase vazio no Bairro Alto e eu, a comer pataniscas e arroz de feijão, só pensava onde é que tu tinhas andado durante este tempo todo e não conseguia parar de sorrir. Ficam a doer-me os músculos da cara de tanto sorrir quando estou contigo. Contigo, transformo-me num cliché ambulante. Passear de mãos dadas. Ficar abraçados a ver o mar. Partilhar a sobremesa. Beijarmo-nos como adolescentes no meio da rua. Ouvir músicas lamechas. Encontrar significados profundos em frases pirosas do instagram. Mandar mensagens com corações. Chorar de saudades. Esperar por ti, com borboletas na barriga, na porta das chegadas do aeroporto. O melhor lugar-comum é saber que existe um lugar onde nos encontramos e somos felizes, no matter what. Os nossos braços, o nosso abraço. O nosso lugar comum.
Mural do Beijo, de Joan Fontcuberta, em Barcelona
Outros lugares-comuns do nosso largo: