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Meninas de 12 anos, algumas nem isso, que vinham das aldeias para servir em casas de famílias ricas ou não tão ricas assim em Lisboa. Meninas ainda mas já a tomar conta de bebés, a limpar as casas, a fazer recados, a serem assediadas pelos patrões. A ganhar pouco ou nada. Longe das famílias. Era assim o Portugal do Estado Novo. Aquele Portugal que vemos nos filmes antigos, onde se faz a apologia dos bons costumes, dos pobrezinhos mas honrados, da obediência (e serviliência) ao chefe de família (e a salazar e a deus). As mulheres no topo desta pirâmide. Ando a ler O Tempo das Criadas - A condição Servil em Portugal (1940-1970), de Inês Brasão. O estilo é demasiado académico para o meu gosto, mas o tema é absolutamente fascinante.