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- Mãe, sabias que o Raul Solnado foi eleito presidente do Brasil?, anunciou o Pedro, de 10 anos, na segunda-feira de manhã.
Do outro lado da mesa da cozinha, o António levantou os olhos da taça de cereais e respondeu: - Quem? Mas esse não é o da guerra?
Ri-me tanto.
Agora, experimentem dizer Raul Solnado em voz alta e depressa e digam lá se não é parecido.
"Quando dizem que a idade está na cabeça, meu fígado e minha coluna dão uma risadinha sarcástica."
Rita Lee, quase 70 anos e muito "rockenrou", conta as suas memórias numa autobiografia sincera e divertida que é agora editada em Portugal.
Saí do cinema feliz. Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, com uma fantástica Sônia Braga, foi uma boa surpresa. Um filme com pessoas reais, com diálogos reais, com cenários reais, com histórias reais. Tão bom, mas tão bom, que apetece ver de novo.
(ah, esta semana não vais ter os putos vais ter uma vida louca, pensam as pesoas. e depois é isto. filmes e mais filmes. a felicidade nas coisas pequenas também é isto.)
Véspera de Natal, por Adoniran Barbosa
"Eu me lembro muito bem
Foi numa véspera de natal
Cheguei em casa
Encontrei minha nega zangada, a criançada chorando,
Mesa vazia, não tinha nada.
Saí, fui comprar bala mistura,
Comprei também um pãozinho de mel
E cumprindo a minha jura,
Me fantasiei de papai noel
Falei com minha nega de lado
Eu vou subir no telhado
E descer na chaminé
Enquanto isso você
Pega a criançada e ensaia o dingo-bel
Ai meu deus que sacrifício
O orifício da chaminé era pequeno
Pra me tirar de lá
Foi preciso chamar
Os bombeiros"
Elza Soares esteve entre nós nestes últimos dias. Eu não fui vê-la. Mas li a história dela, uma história fantástica. Conhecia-a vagamente, muito pouco, afinal, mas depois de ouvir o último disco, que é extraordinário, fui à procura do que estava para traz. É fascinante ouvi-la, é fascinante vê-la, ainda hoje, com a sua peruca exuberante, a encher o palco apesar de estar confinada a uma cadeira de rodas. E os relatos de quem a viu em algum dos concertos que deu em Portugal deixam-me cheia de inveja, tenho que admitir. Ouço-a outra vez. Muitas vezes. Ouçam-na também.
Esta é Elza Soares, A Mulher do Fim do Mundo
Por isso eu corro demais, Roberto Carlos, 1967
Por isso eu corro demais, Adriana Calcanhotto, 1998
"Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará
A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo
Não adianta fugir
Nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar"
Caetano Veloso e Lulu Santos cantam Como uma Onda