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De cada vez que vejo As Pontes de Madison County, com o Clint Eastwood e a Meryl Streep, é inevitável colocar a pergunta: o que faria eu? ficava ou partia? abria a porta do carro ou não?
Não me lembro, mas imagino que da primeira vez que o vi, numa girls night na Ericeira, quando estávamos ainda na faculdade, por entre as lágrimas que me caíam pela cara, tenha pensado que ela estava a ser burra e que devia mais era seguir o seu coração e correr atrás daquela paixão.
Entretanto, a vida dá muitas voltas, não é? Hoje, percebo perfeitamente quem não arrisca a sua vidinha - ainda que com muita rotina e com poucos arrebatamentos - por causa de uma paixão que até pode ser espectacular mas que, sobretudo, é fugaz e incerta. Não me interpretem mal. Sou toda a favor de acabarmos com relações que nos fazem mal. E de corrermos atrás dos nossos sonhos. Mas também é preciso ter consciência que, às vezes, essas coisas que acontecem e que são maravilhosas só são assim tão boas porque são finitas. É o seu super-poder. Não estou a dizer para serem infelizes e para aguentarem uma pessoa que vos trata mal, não é nada disso. Mas ficar numa relação confiável e confortável, sobretudo quando se tem filhos, pode mesmo ser, em alguns casos, a melhor opção.
Vem esta lenga-lenga toda a propósito do filme Vidas Passadas, de Celine Song.
A história começa em Seul, com um rapaz e uma rapariga que são os melhores amigos. Entretanto, a família de Nora decide emigrar e eles nunca mais falam. Um dia, muito mais tarde, já jovens adultos, graças ao facebook, voltam a conversar. Muitas mensagens, muitas conversas telefónicas. Cresce neles uma enorme vontade de se encontrarem. Inevitavelmente, começam a fantasiar uma relação que não é real. E, por isso mesmo, percebem que é melhor interrompê-la. Novo salto no tempo. Anos mais tarde, Hae Sung, que nunca conseguiu ser verdadeiramente feliz porque viveu sempre preso a um sonho por concretizar, vai visitar Nora a Nova Iorque. Ela é casada, está bem, mas aceita encontrar-se com o seu antigo amigo. E aquele encontro, dois ou três dias apenas, acaba por trazer muitas inseguranças e muitas perguntas. E se se tivessem encontrado mais cedo? E se tivessem ficado juntos? E se ficarem juntos agora? Seria possível?
Existem depois outras questões - sobre emigração e sobre identidade. Sobretudo no caso de Nora, que se pergunta quanto dela é sul-coreana, quanto será já americana, e qual a importância disso. Mas no essencial este é um filme sobre o amor, sobre desejos por cumprir, sobre as relações que idealizamos e as relações que vivemos, e sobre as escolhas que fazemos, em cada momento, e que acabam por ser determinantes. E é muito bonito.
Se calhar não tem nada a ver com As Pontes de Madison County, mas na minha cabeça, ao dia de hoje, é isto que me ocorre. Porque os filmes também são as circunstâncias em que os vemos.
Uma das coisas que eu descobri acerca dos homens através das aplicações de encontros é que são todos muito aventureiros. Não fazia ideia. Tenho andado distraída, certamente. A mim a maioria dos homens que encontro no meu dia-a-dia parece-me extremamente cinzenta e acomodada. Mas a verdade, está lá escrita no perfil, é que os homens, além do cliché clássico "uma boa conversa acompanhada de um bom vinho" (momento para revirar os olhos), também gostam de aventura. Quase todos fazem surf e outros desportos aquáticos, fotografam-se a saltar de paraquedas e a pilotar barcos, em trilhos de bicicleta, com motos potentes. E melhor ainda se isto acontecer em lugares exóticos e distantes, como desertos, montanhas, selvas, praias de água muito azul. Porque a aventura também é isso. Viagens. Toda a gente gosta de viajar e está à procura de companhia para descobrir o mundo, querem alguém disponível para fazer as malas e ir por aí. Dizer que se gosta de viajar é uma maneira de dizer que se é uma pessoa muito interessante. Vejam, eu sou muito interessante, já fui à Tailândia e a Marraquexe (este ano, é Marraquexe que está na moda, não sei se já repararam), já mergulhei entre peixinhos e já dormi no deserto. As pessoas que viajam são melhores pessoas do que as outras, porque têm "a cabeça aberta", são "espíritos livres", são "pessoas do mundo". Não queremos cá matches com pessoas tacanhas.
Claro que viajar é bom. Como não? Tirando a Fran Lebowitz, acho que todos concordamos com isso. Não é assim uma coisa muito original para se dizer. Para já porque se está de férias e só isso já é maravilhoso. Depois porque temos oportunidade de descansar e sair da rotina e, muitas das vezes, de ir a sítios bonitos ou de fazermos coisas de que gostamos, de estarmos sozinhos se nos apetecer estar sozinhos ou estarmos com pessoas com quem queremos estar, sem horários, sem constrangimentos. Eu gosto de viajar. Ou gostaria, se tivesse mais condições para fazê-lo. Eu também tento viajar, sempre que possível. Adoro ir a sítios diferentes, descobrir novas culturas, falar com as pessoas, provar as comidas, aprender coisas que não sabia. Eu também sou essa pessoa, acreditem. Mas a minha vida não é isto. Não é isto que me define. Não é isso que quero pôr no meu perfil. E fico sempre a pensar para quantas daquelas pessoas (e são muitas) que ali se declaram amantes de aventura e de viagens isso é realmente uma coisa assim tão importante na sua vida de todos os dias, naquilo que eles são.
"Vamos?", pergunta o rapaz da fotografia, piscando-me o olho. Fico na dúvida. Esquerda ou direita? Por muito que queira um companheiro de aventuras (sobretudo se me pudesse pagar viagens às Maldivas ou ao Grand Canyon, isso é que era), queria mesmo era um companheiro para ir ao teatro, para ir jantar a um restaurante indiano ou só para ficar encostado a mim no sofá.
Está visto, nunca serei uma pessoa interessante.
A propósito de viagens, um texto para nos fazer pensar da próxima vez que apanharmos o avião. De Agnes Callard, na New Yorker:
Ghosting. Não sabia o que era até há uns tempos. Uma amiga disse-me: "Deram-te ghosting". E eu fui à internet procurar. Ghosting. Parece que isso existe mesmo. É uma cena identificada, definida pelos dicionários urbanos e explicada pelos psicólogos. Ghosting é quando uma pessoa desaparece da tua vida sem dar qualquer explicação. Toma chá de sumiço, como se diz na minha terra.
Foi isso que fez o Zé Pedro. Um rapaz simpático, querido, culto. Conhecemo-nos na aplicação, falámos no whatsapp, conversámos ao telefone. Fomos tomar um café numa manhã de sol num desses sítios hipsters num bairro histórico de Lisboa. Depois fomos beber um gin e ver o pôr-do-sol junto ao rio. Depois fomos jantar num restaurante pacato. Depois fomos à praia. Era junho. A vida corre-me sempre melhor no verão, quando os miúdos estão de férias e os dias são compridos e parece que o tempo dá para tudo. Durante três meses fizemos companhia um ao outro. Fomos ao teatro, vimos filmes no sofá, passeámos o cão, fomos ver uma exposição, cozinhámos jantares e até fomos ao Algarve. Era bom ter alguém com quem fazer programas ao fim-de-semana e adormecer em conchinha. O Zé Pedro tinha lá as suas coisas, como toda a gente tem, mas era carinhoso e de esquerda e gostava de música alternativa. Não estávamos perdidamente apaixonados e não fizemos juras de amor nem nada que se parecesse mas tínhamos um entendimento de que continuaríamos a encontrar-nos enquanto fosse bom. Depois, chegou o outono e ele ficou muito ocupado. Hoje não, amanhã não sei. Até que um dia disse: passo aí ao meio-dia. E não passou. E não respondeu às mensagens. E não atendeu o telefone. Nunca mais. Eu, que não estava nada familiarizada com isto do ghosting, achei que o rapaz tinha tido um piripaque qualquer, fiquei morta de preocupação, fui lá tocar-lhe à campainha e já estava disposta a ir procurar a família para lhes dar os pêsames quando ele, provavelmente assustado com a minha insistência, decidiu descansar-me com uma mensagem que dizia qualquer coisa como "desculpa, tive uns problemas para resolver, depois falo contigo". Não falou. Mas eu entendi a mensagem. Não lhe tinha acontecido nada. Ele simplestemente não queria falar mais comigo.
"Deram-te ghosting", disse-me uma amiga.
Ainda nos rimos um bocado à conta desta história.
Os anos passaram. Não faço ideia o que aconteceu ao Zé Pedro. Se conheceu outra pessoa, se estava com medo que eu o pedisse em casamento, se simplesmente estava farto de mim. Matutei um bocadinho na coisa, na altura, porque odeio não compreender algo. Gosto de pôr tudo em pratos em limpos, sem dúvidas nem zonas cinzentas. Por isso, custou-me admitir que há adultos com mais de 40 anos que não têm maturidade para chegar ao pé de uma pessoa e dizer: "olha, não quero mais". Não me parece complicado. E eu entenderia.
As pessoas são estranhas.
Eu gosto muito de ti, tu és fantástica e maravilhosa mas...
1. ... afinal, eu decidi que vou ficar com outra pessoa/ vou voltar para a minha ex;
2. ...neste momento eu não estou à procura de/ não estou preparado para uma relação;
3. ... eu não quero estragar a nossa amizade. Por gostar tanto de ti, acho que não nos devemos envolver.
Na verdade, isto tudo significa apenas uma coisa: eu não acho que tu sejas assim tão fantástica e maravilhosa e eu não gosto assim tanto de ti.
Porque não assumir isso, simplesmente?
Estou muito farta de ser "fantástica e maravilhosa mas".
Estou muito farta de homens com "mas" nas frases.
Estou muito farta de "mas".
Estou muito farta.
Sem surpresas: gostei bastante de Marriage Story, de Noam Baumbach, com Scarlett Joahnsson e Adam Driver. Sem surpresas: emocionei-me em algumas cenas (por exemplo, quando ela lhe corta o cabelo) e chorei em toda a parte final. Era previsível. Não por causa do tema do filme mas porque gosto muito de filmes que mostrem a vida como ela é e a vida como ela é geralmente é emocionante. Não é preciso ter passado por um divórcio para entender o que ali se passa, até porque este, tal como o nome indica, é tanto um filme sobre um divórcio como é um filme sobre um casamento e sobre relações de uma maneira geral.
Podia fazer agora aqui uma longa reflexão sobre o tema mas, para já, não me apetece.
Deixo-vos esta música. Porque sim.
"Someone to hold me too close,
Someone to hurt me too deep,
Someone to sit in my chair
And ruin my sleep
And make me aware
Of being alive,
Being alive.
Somebody need me too much,
Somebody know me too well,
Somebody pull me up short
And put me through hell
And give me support
For being alive,
Make me alive.
Make me confused,
Mock me with praise,
Let me be used,
Vary my days.
But alone is alone, not alive.
Someone you have to let in,
Someone whose feelings you spare,
Someone who, like it or not,
Will want you to share
A little, a lot.
Somebody crowd me with love,
Somebody force me to care,
Somebody make me come through,
I'll always be there,
As frightened as you,
To help us survive
Being alive,
Being alive,
Being alive!
(Being Alive, de Stephen Sondheim)
I
No sábado passado, o Expresso publicou um longo artigo da Cristina Margato sobre a infidelidade a propósito de um livro da psicoterapeuta Esther Perel. O tema é fascinante e não é a primeira vez que penso nele. Se perguntarem aos vossos amigos o que é para eles a infidelidade, que tipo de fidelidade esperam de um companheiro, que tipo de infidelidade estariam dispostos a perdoar, verão como cada um dará uma resposta diferente. Tenho falado disto com algumas pessoas - até porque conheço pessoas que já traíram, outras que já foram traídas, conheço casais que estão juntos e felizes na sua monogamia há muitos anos e outros que têm "relações abertas" e também estão contentes, tenho amigos que se divorciaram por causa de traições e outros cujas relações superaram infidelidades. Este é um assunto em que não há respostas certas ou erradas, cabe a cada pessoa (ou a cada casal) encontrar a solução que mais o (s) satisfaz. Seja como for, é um tema sobre o qual gosto de pensar. Até porque pensar estas questões é também pensar como é que uma relação pode durar para além do desejo inicial e do que é que se alimentam as relações longas.
Se quiserem um resumo do pensamento de Perel sobre o assunto podem ver este vídeo:
Do artigo, retirei este excerto, porque faz todo o sentido para mim neste momento:
Algumas pessoas minimizam o envolvimento sexual ou emocional. "Traí, mas foi só sexo", ou "Sim, saímos, mas nunca fomos para a cama". Normalmente os especialistas concordam que, para a maioria dos seres humanos, é difícil separar as relações sexuais das emocionais. Perel garante: "Os casos extraconjugais são menos sobre sexo e mais sobre desejo: o desejo de se sentir desejado, de se sentir especial, de ser visto e de estar em sintonia, de chamar a atenção. Tudo isto carrega uma excitação erótica que nos faz sentir vivos, renovados, revitalizados. É mais energia do que acção, mais encanto do que coito."
II
Também sublinhei uma frase do antropólogo José Gabriel Pereira Bastos, que defende que há dois tipos de pessoas:
As que se focam, e que querem reconstituir o casal parental; e as que nunca se focam, e estas não saíram da idade do jogo. Ou seja, da adolescência. Não querem o compromisso. As que se focam, quando ficam sozinhas, sentem-se mal. Querem um companheiro ou uma companheira. Já as pessoas que permanecem inconscientemente na idade do jogo ficam mal quando arranjam alguém. Começam a ter saudades do tempo em que tinham cinco amigas ou amigos, e em que para ter sexo bastava telefonar. Se não fosse com uma pessoa era com outra.
Nunca o colocaria com estes termos, como é óbvio, mas eu também já tinha percebido mais ou menos isto - porque o sinto na pele. Há pessoas que vivem bem sozinhas. Eu nem por isso. Gosto de ter os meus momentos a sós, claro. Não digo que não aprecie um dia de completo silêncio. E sobrevivo aos dias de folga e aos dias sem filhos porque tenho as minhas estratégias e amigos que me dão colo, e quando tudo o resto falha enfio-me numa sala escura de cinema ou de teatro e espero que o tempo passe. Mas o que mais custa, verdade seja dita, é a solidão que se sente quando não estamos sozinhos. Ou seja. Mesmo quando tenho os putos (o que é quase sempre), eles fazem-me companhia mas não é com eles que converso sobre os meus dramas e os meus sonhos. Não é com eles que desabafo sobre os problemas no trabalho. Não é com eles que me posso sentar a beber um copo e a deitar conversa fora. E mesmo que eles me ajudem no dia-a-dia, não posso contar com eles para me apoiarem nos momentos realmente difíceis. E mesmo que faça com eles os planos para as férias e decida com eles o que vai ser o jantar, não é a mesma coisa do que fazer planos com um companheiro. E mesmo que eles sejam uns queridos e me dêem muitos beijinhos, não é o mesmo de ser abraçada por alguém que me deseja. Portanto, ainda que eu não esteja efectivamente muito tempo sozinha, a verdade é que me sinto muitas vezes só. Não é o fim do mundo, pois não, mas é algo que mexe comigo. E quando a vida nos corre mal de outras maneiras essa falta sente-se mais.
Eu sou mais feliz quando tenho um amor. E gosto de todas as pequenas coisas e cumplicidades e rotinas e lamechices de ter um parceiro. Dos beijinhos antes de adormecer e de lavarmos a louça juntos, de não conseguirmos decidir onde é que vamos jantar e de ficarmos os dois a ler livros numa esplanada sem sequer falarmos um com o outro. Gosto de me imaginar velhinha e ter alguém a quem dar a mão, mesmo que a tremer.
III
Amar e ser amada. Acho que era isso que eu queria. Há quem lhe chame romantismo. Ou apenas estupidez. Mas mesmo que nunca o tenhamos, podemos desejá-lo, não é?
Nicest Thing, de Kate Nash
"Apesar dos conselhos da filha, que defendia o amor livre, para ela a intimidade era impossível com alguém que se distraísse com outras mulheres. "O que é que queres, mãe? Casar?", gozou Daniela quando soube que a mãe tinha acabado com Julián. Não, mas queria fazer amor amando, pelo prazer do corpo e a tranquilidade do espírito. Queria fazer amor com alguém que sentisse o mesmo que ela. Queria ser aceite sem ocultar nem fingir nada, conhecer o outro profundamente e aceitá-lo assim mesmo. Queria alguém com quem passar a manhã de domingo na cama a ler o jornal, a quem dar a mão no cinema, com quem pudesse rir-se de disparates e discutir ideias. Tinha ultrapassado o entusiasmo pelas aventuras fugazes."
Acabei de conhecer Lucía, 62 anos, no livro Para Lá do Inverno, de Isabel Allende, e já somos amigas.
Estava a apagar rascunhos. Eu tenho sempre imensos rascunhos aqui no blogue. Ideias que não vão a lado nenhum. Desabafos que entretanto perdem o sentido. Textos que ficam ali em banho-maria, à espera do momento certo para serem publicados. Pode não parecer mas quase tudo o que eu publico neste blogue é bastante pensado. Às vezes passo dias a escrever na minha cabeça antes de finalmente, quando me parece que a ideia já tem alguma consistência, começar a teclar. Outras vezes, quando tenho tempo, abro um rascunho e vou escrevendo, pausando, reescrevendo. A maior parte das vezes em que sou mais instintiva e escrevo e publico com grande rapidez acabo por me arrepender ou por ter de voltar ao post para emendar alguma coisa. Adiante. Estava a apagar rascunhos e encontrei um, de 2014, que se intitulava "moderação" e tinha apenas um link:
"Nas estradas avisam: "Modere a velocidade". Podia haver o mesmo aviso no início dos namoros."
É tão engraçado este carrossel da vida. Ainda ontem falava disto com uma amiga.
"You can’t have a couple not talking to each other for 24 hours then expect to have good sex. It doesn’t work. Part of a good relationship is a good conversation. “How was your day today?” “Do you have any issues?” “Did you call your mother-in-law?”"
A dra. Ruth concorda comigo. Conversar. É tão importante conversar. E só depois, então, o resto.
Nesta entrevista no The New York Times, descobri que estreou esta semana nos EUA o documentário Ask dr. Ruth, sobre esta pequena-grande mulher que é a terapeuta sexual Ruth Westhmeier:
E também descobri esta canção que, concorde-se ou não com a mensagem, é bem divertida. Chama-se I'm gonna wash that man right outa my hair e fazia parte do musical South Pacific, aqui na versão do filme de 1958:
"If the man don't understand you
If you fly on separate beams
Waste no time, make a change
Ride that man right off your range
Rub him out of the roll call
And drum him out of your dreams"
"I'm just a fucked up girl looking for my own peace of mind"
Jim Carrey e Kate Winslet em Eternal Sunshine of the Spotless Mind