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De todos os filmes que estão nomeados aos Óscares, o meu favorito é Aftersun, de Charlotte Wells. Infelizmente, e mais uma vez, este filme extraordinário não está nomeado para o Óscar de Melhor Filme, portanto, o que vos posso dizer?

Dos dez nomeados, não vi o Avatar, porque há limites e até mesmo eu, que acho divertido isto de ver os filmes nomeados, não me sujeito a tudo. Dos que vi, os meus preferidos são, mais ou menos por esta ordem, que isto depende um bocadinho dos dias, estes:

Tár

A Voz das Mulheres

Os Espíritos de Inisherin

A Oeste Nada de Novo

Os Fabelmans

Ao que tudo indica, o vencedor da noite deverá ser o filme Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo, de Daniel Kwan e Daniel Scheiner, que é, para mim, um fenómeno absolutamente incompreensível. Aquela parte mais realista, da família de imigrantes chineses que tem uma lavandaria e enfrenta dificuldades financeiras até é bastante boa. As questões culturais, as relações familiares, o casal em crise, a mãe e a filha, a mãe e o avô, sim, senhor, estava tudo a ir lindamente. Mas, depois, meteram-se os universos paralelos e aí perderam-me. Não tenho paciência. Ah, porque uma decisão pode mudar uma vida. Verdade, e é fixe imaginar como seria se. Mas metaversos não é para mim. Nem lutas de kung fu. Nem viagens intergalácticas. Nem pedras que falam. Pronto.

Do Elvis já está tudo dito.

O Top Gun é o que é. Fui vê-lo ao cinema com o meu filho mais novo e comemos pipocas e foi divertido, sobretudo porque me trouxe muitas memórias dos anos 80, mas, please, nem percebo a nomeação. 

O Triângulo da Tristeza, de Ruben Östlund, até começa bem e tem ali acertadas críticas ao mundo das aparências em que vivemos actualmente, a moda, as influencers, os milionários, um cruzeiro cheio de gente que tem dinheiro mas não tem muito mais do que isso. A coisa começa a descambar com a personagem do comandante do navio e fica completamente descontrolada quando entra em modo Lost. Já todos sabemos que numa ilha deserta o dinheiro não vale nada e que é nas adversidades que se vê quem são de facto as pessoas, então, o filme que se queria cómico transforma-se num enorme e aborrecido cliché.

Fora da categoria principal:

Vi o Blonde, de Andrew Dominik, mas achei tão mau, tão mau que não tenho palavras; 

Gostei bastante de O Império da Luz, de Sam Mendes;

Viver, de Oliver Hermanust, é um filme simpático (tirava-lhe ali uns minutos de lamechice na parte final) com uma extraordinária interpretação de Bill Nighy. Eu dava-lhe o Óscar (mesmo adorando Paul Mescal);

No entanto, parece que o Óscar de Melhor Actor há-de ir para Brendan Fraser, porque já sabemos que a Academia adora uma boa transformação e uma boa caracterização. Já eu não verti uma lágrima com A Baleia, de Darren Aronofsky, e olhem que eu choro com qualquer coisa. Mas nao tenho grande pachorra para filmes de coitadinhos, sobretudo quando parecem mesmo feitos para nos pôr a chorar baba e ranho;

Para Leslie, de Michael Morris, também não é um mau filme e percebo a nomeação da actriz Andrea Riseborough - mas por mim dava o Óscar à Cate Blanchett ou à Michelle Yeoh (mesmo sem gostar do filme, acho que os actores estão todos óptimos);

Ah, e ainda há o "nosso" filme: a curta-metragem de animação Ice Merchants, de João Gonzalez. Não deverá ganhar mas é um orgulho. Vejam-na no cinema ou na televisão porque é muito bonita. 

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publicado às 18:10



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