Voltar ao topo | Alojamento: Blogs do SAPO
Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Um filme
Só há pouco vi o multipremiado Alma Viva, o filme de Cristèle Alves Meira. Não sei porque adiei tanto. Talvez porque tenho uma relação difícil com o cinema português. Ou porque na corrida dos Óscares estava a torcer pelo Great Yarmouth. Mas lá acabei por me resignar. E foi uma muito agradável surpresa, apesar de não ser grande fã do tema dos espíritos e do diabo. Na verdade este é mais um filme sobre um Portugal que às vezes, aqui em Lisboa, nos esquecemos que existe. O interior. Sobre as relações que se estabelecem numa pequena comunidade. Sobre emigração e raízes. Férias de verão por entre os montes, bailaricos e algodão doce, rezas e superstições, os badalos das cabras como música de fundo, os rituais da morte. Também é sobre a família - e os gritos e as desavenças e os abraços e tudo isso que faz as famílias. E sobre as mulheres. Todas bruxas, mesmo as que não. De sublinhar as excelentes interpretações de Lua Michel (a "garota", Salomé, que na vida real é filha da realizadora) e Ana Padrão.
Um livro
Mulher, Vida, Liberdade é um pequeno tesouro. Organizado pela Marjane Satrapi, artista iraniana que nos deu Persépolis, mas com a participação de vários ilustradores, este livro é tanto uma homenagem à luta das mulheres do Irão como uma aula de história ou um documentário sobre um país que vive num regime extremista do ponto de vista religioso e ditatorial do ponto de vista político. Satrapi acredita que a revolta pode sair vitoriosa. Eu não tenho tanta certeza. Podem saber mais neste artigo.
Uma boa notícia
No próximo ano celebram-se os 50 anos do 25 de Abril e, apesar de temer pelo resultado das eleições de março, estou pronta para, aconteça o que acontecer, descer a avenida da Liberdade e emocionar-me várias vezes a cantar o Grândola, Vila Morena. A propósito, publiquei hoje esta notícia sobre a classificação como Património Nacional de dois registos desta canção de Zeca Afonso: no I Encontro da Canção Portuguesa, em 29 de março de 1974, e no programa "Limite", da Rádio Renascença, na madrugada de 25 de Abril, onde serviu como senha para dar início às movimentações dos militares.